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Escolas e blocos têm que caprichar nos projetos dos festivais online

Postado por SECEC-RJ em 05/Maio/2021 -

Caroline Tuler, presidente da Comissão Técnica Permanente de Elaboração de Editais e Análise de Projetos Culturais do Fundo Estadual de Cultura, explica os principais critérios dos editais de premiação de carnaval lançados pela SECEC

Quais são as principais dúvidas dos proponentes sobre os editais de carnaval até agora?
– São sobre a realização das propostas, as condições de participação e a comprovação de mérito cultural.
Sobre a realização das propostas, elas precisam ser no formato de festival virtual. No caso dos blocos, deverão ser realizadas apresentações virtuais de suas atividades. No caso das escolas de samba, deverá ser realizada a escolha de Samba Enredo e/ou de apresentação do Samba Enredo e dos segmentos das escolas para o carnaval de 2022. Ambas precisam ter realização, obrigatória, em território fluminense e devem ser compostas de, no mínimo, três ações sendo uma delas, obrigatoriamente, uma apresentação musical do bloco ou da escola. Todas as ações do projeto deverão ficar disponíveis, gratuitas.

Quais são os principais critérios para a classificação?

– Por ser um edital de credenciamento, é necessário atender os requisitos obrigatórios elencados nos itens 5 e 8 dos Editais quanto às condições de participação e da inscrição, incluindo a apresentação das três ações obrigatórias em formato de festival virtual. Diante disso, os blocos ou escolas que tiverem maior comprovação de atividades carnavalescas, através de portfólio e o maior número de comprovantes de mérito cultural têm a chance de melhor se classificar dentro das vagas disponibilizadas. Do mesmo modo, a ordem de inscrição também conta como critério de classificação.

Em caso de empate, que critérios serão usados para a escolha?
– Serão usados os critérios de classificação elencados no item 10.1 dos editais, na seguinte ordem:
I) Comprovação de atividades carnavalescas ininterruptas, por intermédio da apresentação do portfólio conforme descrito no subitem 3.2.
II) Número de comprovantes de mérito cultural, conforme descrito no item 8.4, alínea “k”;
III) Ordem de inscrição.

Quais são os próximos passos desse processo?

– As inscrições vão até às 18h do dia 25/05/2021. A próxima etapa é a publicação dos Habilitados e Inabilitados (Resultado Preliminar), que se dará em três dias úteis após o encerramento das inscrições. Após a publicação do Resultado Preliminar, os proponentes inabilitados poderão recorrer no prazo de três dias úteis.

Que tipo de apresentação pode ser montada pelos blocos e escolas de samba?

– Propostas de Festivais Virtuais. No caso dos blocos, as propostas ficam a cargo dos grupos que vão elaborar seus projetos de acordo com seu perfil e podem ter caráter tanto mais de entretenimento quanto mais didático, desde que tenha relação com o carnaval. No que tange às escolas, deverão abranger a escolha de Samba Enredo e/ou de apresentação de Samba Enredo e dos segmentos da Escola de Samba para o carnaval de 2022. Como já disse anteriormente, ambas precisam ter realização, obrigatória, em território do Estado do Rio e as propostas precisam incluir três ações, sendo que pelo menos uma delas uma apresentação musical do bloco ou escola.
Todas as ações do projeto deverão ficar disponíveis, gratuitamente, por dois anos, em um link aberto.

Incentivo à diversidade cultural

Postado por SECEC-RJ em 28/abr/2021 -

Talita Magar acredita no potencial e na pluralidade da cultura fluminense. Crédito: Fred Pontes/SECECRJ

Editais como Cultura Presente nas Redes ajudam na construção de ambiente mais democrático, conforme conta a servidora da equipe da SECECRJ.

Que tipo de apoio a SECEC pode oferecer aos fazedores de cultura cujos projetos são de pequeno porte?

– Há um ano, a SECECRJ inaugurava a utilização dos recursos do Fundo Estadual de Cultura com o lançamento do Edital Cultura Presente nas Redes, paralelo ao início da pandemia. O Edital, que teve 6.149 inscrições, beneficiou 1500 proponentes, que foram contemplados com o recurso de R$2.500,00 reais cada. Ele teve como objetivo fomentar propostas culturais que pudessem ser executadas e transmitidas via internet por artistas em todo território fluminense. O Relatório Parcial do Edital, links das produções realizadas e toda Transparência do processo podem ser vistos no site http://cultura.rj.gov.br/. “Para acender uma fogueira, basta um fósforo”, assim, investir na descentralização e consequentemente, abrangência no alcance dos recursos, faz com que seja possível oferecer aos fazedores de cultura cujos projetos são de pequeno porte, um incentivo. Como contemplada no Edital, pois ainda não integrava o corpo de servidores da Secretaria (sendo desclassificada logo após ingressar), senti a alegria desse apoio num momento em que o mundo convergia a uma grande pausa. Pode-se dizer, então, que foi o ponta pé inicial ao apoio constante da SECECRJ aos produtores e fazedores de cultura de todo estado. E após o Cultura Presente nas Redes, a chegada da avalanche Lei Aldir Blanc – LAB, semanas de debates enriquecedores, construção e trabalho, para que a classe fosse assistida em seus projetos dos mais variados portes.

Produtores que atuam em localidades em que não há equipamento cultural têm quais alternativas para realizarem seus projetos?

– A ausência de equipamento cultural reflete um recorte das cidades e não é um fator paralisante na criação de projetos culturais. O bloco na praça do bairro, a ciranda no pátio da escola, a roda de samba no quintal da família, a aula de música no pátio da igreja, etc., são inúmeros os espaços de sociabilidade e fruição dos processos criativos. Os produtores que atuam em localidades em que não há equipamentos culturais já realizam e produzem dentro dos cenários possíveis, principalmente agora, devido ao momento pandêmico.

Estamos vivendo um momento atípico para todos, o que prejudicou a circulação em espaços e equipamentos culturais, como alternativa, a mobilização da SECECRJ em todas as suas iniciativas e editais está com os pensamentos voltados para as alternativas de realização, com atividades online ou híbridas. Para este segundo caso, seguindo todos os protocolos e reforçando as medidas de segurança, além da divisão de recursos por área, para contemplar artistas e produtores dos 92 municípios fluminenses e atingir todas as regiões do estado.

Cabe ressaltar a importância e beleza desses fazeres para além das estruturas físicas, mas claro, sem diminuí-las, valorizando a existência delas, pensando nos espaços físicos e também nos sociais. E olharmos para a área criativa não como algo mambembe, sem valor, feito de qualquer modo, mas sim, a criatividade dentro de um contexto avesso ao improviso e amadorismo, um setor potente e cheio de instrumentalização, especialização, técnica e eficiência, como descreve bem Rômulo Avelar, em seu livro “O Avesso da Cena”.

Que balanço a Assessoria de Cultura e Sociedade faz da execução do Edital Cultura Presente nas Redes? Além do socorro emergencial, há um ganho permanente para a cultura?

– A Assessoria de Cultura e Sociedade, setor da SECECRJ responsável por questões ligadas à diversidade cultural, tendo um olhar para os grupos periféricos, favelados, matrizes africanas, juventude, LGBTQIA+, dentre outros, acredita que há ganho permanente quando há engajamento e sensibilidade para lidar com quem está na ponta. Cultura como “produto do encontro de saberes e fazeres na pluralidade da vida social”, como bem retratou o professor Jorge Luiz Barbosa.

Como produtora cultural e suburbana, graduada e pós-graduanda em Nilópolis, na Baixada Fluminense, estimo por políticas culturais que estejam em diálogo com as políticas de cultura, de forma polissêmica, bem como o campo, que é também um campo de disputa. É a partir dessa troca, do olhar para as manifestações culturais (bem como seus detentores), para o fazer artístico diverso, para as culturas populares, cultura urbana, tradições, etc., que poderemos fortalecer e criar mecanismos que estimulem toda essa diversidade.

A ASSCS enxerga o balanço do Edital Cultura Presente nas Redes, como a chancela da importância de contemplar as diversidades, do projeto de pequeno porte ao com porte maior, do produtor habituado com inscrições em Chamadas públicas ao que tentou pela primeira vez, do proponente cuja inscrição é realizada através de CPF ao com CNPJ, e conta com uma equipe competente e atenta às complexidades e que exalta as qualidades de projetos das mais variadas linguagens artísticas nos mais variados portes e formatos. 


O que a Secretaria está fazendo para dar continuidade ao programa Pontos de Cultura?

– A SECECRJ está mobilizada: Subsecretaria de Planejamento e Gestão, o Departamento Geral de Administração e Finanças, a Coordenadoria de Prestação de Contas, a Assessoria de Cultura e Sociedade e a Assessoria de Editais e Convênios para solucionar as questões dos passivos dos Pontos de Cultura. Dando continuidade a essa organização, em diálogo com o Ministério do Turismo e com o Fórum Estadual de Pontos de Cultura para realizarmos tudo que for possível para uma política de incentivo a essas organizações.

A política de Pontos de Cultura, institucionalizada a partir da Lei Cultura Viva, criou instrumentos importantes para a manutenção desses locais que são responsáveis por, através das atividades, muitas vezes, mudar a realidade de locais onde não há equipamentos culturais, por exemplo. Foi uma conquista da sociedade e os pontos de cultura são uma experiência de política cultural reconhecida nacional e internacionalmente.

A Lei Cultura Viva é um marco histórico na evolução das políticas culturais. É responsável por transformar o Programa Cultura Viva e sua ação estruturante mais conhecida, os Pontos de Cultura, na Política Nacional de Cultura Viva. Estamos empenhados para que o Convênio seja todo regularizado e que seja possível a continuidade das ações.

‘Quem tem um livro, tem um amigo’

Postado por SECEC-RJ em 21/abr/2021 -

Superintendente de Leitura e Conhecimento da SECECRJ, Yke Leon fala das iniciativas de estímulo ao hábito de ler e para tornar as bibliotecas mais inclusivas

Yke Leon atua na ampliação do acesso à leitura em todo o Estado do Rio. Crédito: Fred Pontes/SECECRJ

Como as bibliotecas podem ser tornar mais inclusivas?

– Temos um modelo no nosso estado, que é a Biblioteca Parque Estadual, no Centro da capital. Nela há, por exemplo, acervo de livros em braile e equipamento para leitura de quem tem dificuldades motoras. Evidentemente que nem todos os lugares têm recursos financeiros para adotar esse padrão. Os livros em braile são mais caros. Mas podemos avançar muito. Um exemplo disso é o último Festival Literário da Baixada Fluminense (Fliba), realizado em Queimados, cujas transmissões contaram com intérprete de libras e teve como tema a acessibilidade. Aliás, o principal legado do evento foi a entrega da Biblioteca Municipal Padre Sá, em que ajudamos na montagem para que seja um espaço bastante inclusivo.

Que balanço o senhor faz do programa Rota de Leitura?

– O programa tem sido um sucesso. Estamos recebendo em média 500 livros por semana, às vezes até mais. Ele está ajudando a fomentar a leitura nos municípios, através dessas doações. Claro que temos alguns critérios, como a necessidade de o livro estar em bom estado, não pode ser didático, nem enciclopédias, entre outros. Mesmo assim há muito interesse em contribuir. Às vezes, chegam grandes doações, como recentemente vinda da família do escritor Rubem Braga. Também já temos parcerias com sebos que contribuem para o programa. Através do Rota da Leitura, estamos conseguindo fornecer acervo para implementação de bibliotecas e salas de leitura em municípios com muita carência desse tipo de espaço, como São José do Ubá, Cambuci e São Sebastião do Alto, por exemplo.

Quando pode haver a reabertura das bibliotecas parque com segurança?

– Tudo depende da evolução da pandemia e das normas editadas pelas autoridades sanitárias. Não podemos colocar em risco a vida de frequentadores nem de funcionários. A Biblioteca Parque Estadual chegou a reabrir em março, quando havia um otimismo maior, mas tivemos que fechar novamente ao público. Mas esse curto período foi importante pois serviu como um treinamento para a retomada gradual. Utilizamos um protocolo de atendimento, com agendamento pela internet, controles na entrada e na saída e na entrega de livros. Acredito que vai funcionar bem nas demais bibliotecas quando pudermos reabrir. Aproveitamos também esse período de fechamento para fazer reparos necessários e repor o quadro de pessoal.

Que alternativas existem para atender a demanda das pessoas?

– As alternativas são voltadas para o universo online. Recentemente reativamos o Instagram das bibliotecas parque e já estamos atingindo uma interação incrível. Nesses últimos tempos, estamos focando nossas ações para essa plataforma, com vídeos com contação de história, por exemplo, de modo a atingir um universo amplo de pessoas. Também realizamos algumas lives muito especiais, como com a escritora Marina Colasanti, que nos proporcionou um retorno muito bom do público e uma experiência inesquecível para mim, enquanto indivíduo.

Que novidades estão sendo preparadas para essa reabertura?

– A vocação das bibliotecas parques é não só estimular a leitura e atender pesquisadores e estudantes. Elas têm que valorizar seu formato de multilinguagem. Por isso, estamos estabelecendo diversas parcerias com o setor público e com o privado para realizar cursos, workshops, masterclasses, etc. Um dos preparativos que já podemos adiantar é o curso de gastronomia que será oferecido na Biblioteca Parque da Rocinha, que conta com toda estrutura necessária para isso.

Que outros aprendizados podem ser tirados desse fechamento?

– Esse isolamento social forçado, em virtude dessa doença que nos assola, levou muitos brasileiros a buscarem a companhia dos livros e, com isso, houve uma revalorização da releitura. Pesquisa recente mostra que os brasileiros entraram 2021 lendo quase 20% a mais que no ano passado. Ao ficar em casa, muita gente descobriu no livro um aliado, uma companhia. Ele transporta a pessoa para um outro lugar, oferece uma nova vivência. Por isso, é tão importante que ninguém tenha fome de livros. Não podemos permitir que alguém deixe de ler por falta de acesso. Quem tem um livro, tem um amigo. E quem tem um amigo, tem tudo.

Museus do Estado do Rio buscam aprimoramento técnico e uso da tecnologia para atrair o público

Postado por SECEC-RJ em 14/abr/2021 -

Lucienne Figueiredo diz que conteúdo online veio para ficar. Crédito: Gui Maia/SECECRJ

Lucienne Figueiredo,  Superintendente de Museus  e Coordenadora do Sistema Estadual de Museus da SECEC, ressalta que a pandemia lamentavelmente fechou os espaços para o público, mas obrigou instituições a criarem conteúdo virtual

De que forma a Superintendência de Museus ajuda na formulação de políticas públicas voltadas para o setor?

– A função da Superintendência é de prestar auxílio e assessoramento aos museus do Estado do Rio e ao mesmo tempo é o setor da SECEC responsável formulação das políticas para os equipamentos culturais que lidam com acervos, patrimônios e memória. Grande parte das nossas atividades é fruto de demandas espontâneas das instituições públicas ou privadas que nos chegam, principalmente pedindo orientações. Mas também atuamos formulando diretrizes para os museus fluminenses e criando instrumentos para a capacitação do corpo técnico desses lugares, como oficinas, seminários e fóruns. Estamos alinhados com a Política Nacional de Museus, gerida pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Museus).

Como os museus do estado atuaram durante a pandemia e como a superintendência ajudou-os a lidar com o problema?

– Os museus enfrentaram muitos desafios nesse período. O primeiro deles foi manter atividades essenciais em funcionamento com a necessidade de afastamento de parte dos funcionários. O quadro funcional dos museus já é na maioria das vezes reduzido e funcionários que estão no grupo de risco para a Covid não podem exercer o trabalho presencial. Mas as instituições fizeram o possível para garantir a manutenção e a segurança dos museus, mesmo com o fechamento para o público. Nossa orientação foi principalmente no sentido de manter a higienização dos acervos e procurar na medida do possível disponibilizar conteúdos online para o público.

E qual sua avaliação dessa tendência?

– Alguns museus já tinham investido na digitalização dos acervos e tinham até conteúdos disponibilizados online. Para esses, criar uma visita virtual foi mais fácil. Mas muitas instituições tiveram que começar do zero. Acredito que praticamente todos os museus do estado avançaram bastante nesse quesito. É uma vertente que veio para ficar, mesmo depois do fim da pandemia.  Afinal, uma coisa não exclui a outra. A experiência de ver uma exposição pessoalmente é insubstituível, mas a internet facilita a difusão das informações para os lugares mais distantes, desde que feito com qualidade técnica. O Museu Histórico de Campos, a Casa do Colono, em Petrópolis, e o Museu de Astronomia do Rio são exemplos de instituições que criaram belas exposições virtuais.

Quando os museus estarão preparados para a reabertura?

– Acredito que paulatinamente à medida que a Covid for dando trégua. Alguns museus no Rio reabriram no início do ano, como o MAM, o MAR e o Museu do Amanhã, e o Paço Imperial também reabrirá com nova exposição. Outros museus retomaram atividades em seus jardins e alguns estão se organizando para isso, pois são locais de menor risco de transmissão e que proporciona bem estar aos seus visitantes. A reabertura só pode ocorrer mediante a adoção de protocolos rígidos de segurança. Tudo tem que ser feito com muita responsabilidade. As visitas em grupo, que são muito comuns, terão que atender um número menor de pessoas por grupo, por exemplo. Os horários também terão que ser reduzidos. Mas acredito que a partir de agosto, museus maiores possam começar a abrir aos visitantes.

– O uso da tecnologia é um imperativo para os museus hoje em dia?

– A tecnologia é muito bem-vinda, mas não obrigatoriamente tem que estar massivamente nos museus. O MAR e o Museu do Amanhã foram criados mais ou menos na mesma época. Enquanto o primeiro tem um formato mais tradicional na sua concepção museográfica,  o outro tem bastante uso de recursos tecnológicos. Mas ambos são muito visitados. Os mais jovens são bastante atraídos pela interatividade, mas nem sempre há recursos financeiros para a manutenção desses equipamentos. O mais importante é a mediação correta para que o museu cumpra sua função de transmitir conhecimento e promover uma reflexão crítica por parte do visitante

Que radiografia a senhora faz da rede de museus do estado?

– Apesar da importância do Estado do Rio para a Cultura no país, cerca de metade dos municípios fluminenses não tem qualquer museu. Temos que mudar esse quadro. Também seria interessante adotarmos uma política de aquisição de acervos, mas há limitações orçamentárias. Os museus dependem muito de doações para ampliar suas coleções. Estamos organizando o V Fórum de Museus do Estado do Rio de Janeiro, que será realizado em setembro, para discutir os desafios que a pandemia trouxe para os museus e o aprimoramento técnico do setor.

‘Os fazedores de cultura precisam ser mais ouvidos’

Postado por SECEC-RJ em 07/abr/2021 -

Com o objetivo de aproximar ainda mais a Secretaria de Cultura do Estado dos artistas, foi criada a Subsecretaria de Integração Cultural. Isabela Castro, que assumiu a função de fazer a interlocução em todo território fluminense, contou um pouco mais sobre os objetivos da pasta.

Isabela Castro, subsecretária de Integração Cultural. Crédito: Gui Maia/SECECRJ

Como a realização de ações coordenadas pode gerar frutos para o setor cultural?

– A Subsecretaria de Integração Cultural foi criada justamente para possibilitar esse suporte aos fazedores de cultura e buscar criar as conexões tão necessárias para que projetos variados possam ser desenvolvidos. Os produtores e artistas estão espalhados pelo Estado do Rio contribuindo de forma intensa para a riqueza cultural fluminense e levando entretenimento para a população. O que eles mais precisam é serem ouvidos, poderem mostrar suas necessidades e encontrar formas de serem mais beneficiados pelas políticas públicas. Estamos dando essa oportunidade e criando essa diretriz de proximidade, diálogo e parceria com os artistas.

Em que medida as iniciativas criadas por lideranças ou pessoas comuns estão dando resultado?

– Há muitos projetos que estão dando certo e beneficiando muita gente, mesmo que não tenham muita visibilidade. Mas o ganho para as pessoas e o impacto para o seu território é incrível. Vou dar o exemplo de uma biblioteca comunitária em Parada Angélica, em Duque de Caxias. A iniciativa já ajudou na formação de muitos estudantes. Hoje em dia, pessoas que estudaram com o auxílio daquele espaço estão indo lá para dar aula para os mais novos. O poder público não pode ficar alheio e tem que potencializar essas ações. Então o nosso trabalho na integração é encontrar, dialogar e aproximar o poder público de toda e qualquer iniciativa cultural.

Como alavancar a cultura para fomentar a geração de emprego e renda para as pessoas em todo estado?

– Acredito que unir forças é fundamental para fortalecer a cultura, a preservação do patrimônio e gerar empregos. Temos um estado rico em história e isso deve ser potencializado. O município onde eu moro, Magé, é um exemplo do enorme potencial do nosso patrimônio. Há muito tempo há um projeto de resgatar a importância de Garrincha para o distrito de Pau Grande, que deveria ter um museu em sua homenagem. Atrairia muitos visitantes, geraria renda e emprego para as pessoas. A cidade tem a primeira linha férrea do Brasil, bem como outros bens importantíssimos. Por isso, com vontade política e união entre a iniciativa privada e o poder público as coisas podem acontecer.

É possível fazer cultura em qualquer espaço? De que forma a Secretaria ajuda os artistas para que a arte aconteça?

– Sabemos que alguns municípios são carentes de equipamentos como museus, cinemas ou bibliotecas e a SECEC está fazendo sua parte para democratizar mais o acesso a esses bens. No entanto, é possível sim realizar eventos e atividades diversas nos espaços disponíveis. A Lei Aldir Blanc nos mostrou isso, seja através das plataformas digitais, ou ocupação temporária de espaços públicos. Recentemente em Magé foi realizado o “Fomenta Festival”, que reuniu artistas e bandas de rock e MPB e foi muito bem organizado. É sobre isso. Ouvir os fazedores de cultura, debater em conjunto, encontrar soluções. É dialogar para construir caminhos.

‘Nossa preocupação é fazer com que as políticas públicas para a Cultura impactem a vida das pessoas’

Postado por SECEC-RJ em 31/mar/2021 -

Vitor Corrêa, subsecretário de Planejamento e Gestão da SECEC, faz balanço da execução da Lei Aldir Blanc e de outros projetos do órgão

Vitor Corrêa, subsecretário de Planejamento e Gestão da SECEC. Crédito: Fred Pontes

– Que balanço o senhor faz da execução da Lei Aldir Blanc no Estado do Rio?

– A execução da Lei Aldir Blanc no Rio de Janeiro foi realizada seguindo critérios de total transparência e participação social, sem perder de vista a obtenção de resultados que impactassem positivamente a vida dos fazedores de cultura. Afinal, foi um dos setores mais prejudicados pela pandemia e precisava dessa verba emergencial. Por isso, ficamos muito satisfeitos com o recente balanço divulgado pela Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo, que coloca o Estado do Rio de Janeiro nas primeiras posições do Brasil, com 99,6% dos recursos executados. Foram aproximadamente R$ 105 milhões destinados a 2.340 projetos, abrangendo todos os segmentos da Cultura e 72 municípios fluminenses. Se levarmos em conta que cada projeto envolve um grupo entre 15 a 50 pessoas, podemos afirmar que o impacto foi muito significativo.

– Como a SECEC vem atuando para que os municípios também tenham bons resultados na aplicação da Lei Aldir Blanc?

– Os 92 municípios fluminenses também tiveram um excelente desempenho. Tanto que, em termos proporcionais, ficaram em terceiro lugar em todo o País com relação à execução dos recursos. Realizamos diversas reuniões e os técnicos da Secretaria ficaram à disposição para ajudar, desde as tratativas e entendimento sobre a aplicação dos recursos até a elaboração dos editais e a prestação de contas. Mas os municípios têm seus méritos pelos resultados. O intenso esforço de cada um dos gestores está valendo a pena!

– Em que medida a prorrogação dos prazos da Lei é importante?

– Para entender a Aldir, temos que avaliar sob o viés de quem produz cultura e do público também. Acreditamos que o melhor seria prorrogar a realização dos projetos culturais contemplados até o meio do ano, porque assim teríamos condições de um espaçamento maior entre a formidável oferta de atrações. Isso é importante principalmente devido ao agravamento da pandemia, que está obrigando as produções a adotarem mecanismos de produção online e não é interessante tantas lives e conteúdos digitais disponibilizados num intervalo curto de tempo. O Governo Federal já sinalizou que sairá decreto, em breve, propondo novo calendário, aí será possível adotar aqui também no Estado.

– Como outros projetos da SECEC podem ajudar a manter o setor cultural vivo nesse período difícil?

– Importante considerar que, em 2020, a Secretaria aplicou mais de R$ 190 milhões em favor da cultura fluminense, considerando os recursos da Lei Aldir Blanc (R$ 105 milhões), da Lei Estadual de Incentivo à Cultura (R$ 81,5 milhões) e do Fundo Estadual de Cultura (R$ 3,7 milhões). E salvamos nossos convênios federais com a Ancine para implantação de complexos de audiovisual no interior, com mais de R$ 20 milhões. Em Cordeiro, as obras estão bem avançadas e os trabalhos vão começar, ainda este semestre, em São Fidélis, São Pedro D’Aldeia, Miracema e Bom Jardim. Nesse espírito, estamos cuidando agora também de outros dois convênios federais: Padec (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cultural dos Municípios) e Pontos de Cultura, ambos com saldo em conta. Será necessário regularizar as pendências administrativas, como prestação de contas, para que possamos propor o uso dos recursos, repactuando novos programas de trabalho.

– O que a Secretaria planeja lançar este semestre ainda?

– Estamos finalizando dois editais de fomento ao carnaval, que vão destinar R$ 4 milhões para este segmento tão importante para a cultura fluminense. Trabalhamos também em outros dois importantes projetos: o Passaporte Cultural, de acesso à cultura e formação de plateia, com sistema eletrônico para distribuição de ingressos/entradas a atrações financiadas pela Secretaria; e a Escola da Cultura, para ofertar oficinas e cursos para que todos os fazedores de cultura possam buscar financiamento para seus projetos.

– Como a atual gestão pode ser caracterizada?

– A atual gestão da Secretaria se pauta por três pilares. O primeiro deles é a necessidade sistemática de apresentar resultados que transformem a vida das pessoas. A execução da Lei Aldir Blanc é um exemplo disso e o esforço pela democratização da Lei de Incentivo, outro. Estamos preocupados com a entrega que estamos dando à sociedade, nosso dever diário. Outro princípio é o da transparência dos atos. Por isso, todas as ações, programas e políticas têm suas informações divulgadas no site, com elaboração prévia de instrumentos oficiais. O terceiro pilar é o da participação social. Temos nos pautado pelo diálogo frequente com os diversos setores da sociedade, como a Alerj, os fóruns de cultura, sindicatos e grupos organizados. Prova disso foi o esforço para realizar a eleição do Conselho Estadual de Políticas Culturais, mesmo em tempo de pandemia. A política implementada pela Secretaria é de aproximação e afeto junto aos fazedores de Cultura. Nossa preocupação é fazer com que as políticas públicas para a Cultura impactem a vida das pessoas.

SECEC busca articulação com municípios para incrementar políticas culturais

Postado por SECEC-RJ em 24/mar/2021 -

Adenilson Honorato é responsável por assessoramento de Relações Intermunicipais da Secretaria e auxilia municípios fluminenses na adoção de políticas públicas voltadas para a Cultura

Adenilson Honorato é assessor de Relações Intermunicipais da SECECRJ. Crédito: Fred Pontes

Como a Assessoria de Relações Intermunicipais vem contribuindo para o avanço das políticas públicas culturais no Estado do Rio?

– Temos justamente esse desafio de levar aos municípios fluminenses a presença das políticas públicas voltadas para a Cultura, de forma mais democrática e descentralizada. A missão dada pela secretária Danielle Barros é para aproximarmos esses gestores municipais da Secretaria para podermos entregar realizações e benefícios para quem está na ponta. Ou seja: os fazedores de cultura, artistas e em geral quem trabalha nessa cadeia produtiva nos municípios. Um ativo que as cidades precisam ter conhecimento é o uso da Lei de Incentivo à Cultura do Estado, bem como a utilização do fomento através dos Fundos. Além disso, precisamos auxiliar os municípios com relação à formação de conselhos municipais e no planejamento de ações integradas com a iniciativa privada. Para isso, contamos também com o auxílio das superintendências vinculadas à Secretaria.

Há muito tempo se fala da concentração de equipamentos e projetos na capital. Como é possível fazer com os demais municípios também tenham a devida expressividade cultural?

– Todos os municípios têm sua riqueza cultural. O que falta é a devida valorização. Um exemplo de como podemos reverter esse quadro é com a Lei de Incentivo à Cultura. Assumimos o desafio de democratizar o acesso aos recursos da cultura e já avançamos bastante. Em pouco mais de um ano aumentamos em 40% o montando investido. Isso foi possível graças à criação de editais democráticos e regionalizados, além de amplo diálogo com os gestores municipais. Outro desafio é que a cultura, sobretudo do Interior, passa muito pela preservação do seu patrimônio. Também estamos assessorando os municípios na questão do Padec (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cultural dos Municípios) em que há pendências na prestação de contas, além da colaboração na execução da Lei Aldir Blanc nas cidades.

Como é possível ajudar também os munícipios no acesso aos programas federais?

– Não há como executar os programas sem um mapeamento do potencial e da vocação de cada município e da adequação de cada um para receber verbas para os projetos. Procuramos fazer isso de forma conjunta com as cidades. Assim levamos várias iniciativas para o Interior. Assim estamos criando uma via de mão dupla. Temos recebido secretários na nossa Sede, na Biblioteca Parque Estadual, mas também temos ido na ponta, conhecendo a realidade local, assim estamos construindo ideias e pensando no que pode render de frutos para o setor. É lógico que sem os recursos as coisas não vão para frente, mas não é só questão de dinheiro. Temos que ter o diagnóstico certo e moldar o projeto de acordo com cada programa.

Como a cultura pode fomentar o turismo e a economia local?

– Não tem como falar de turismo sem se falar em cultura. Quando há um bem preservado, um patrimônio, uma história cultural da região há interesse turístico. A cultura gera emprego e renda para os municípios. Por isso, é tão importante se valorizar as atividades culturais locais, a gastronomia de cada lugar, suas memórias, seu patrimônio histórico porque são esses aspectos que atraem visitantes e dão autoestima aos moradores.

Novo presidente do MIS pretende criar parcerias com prefeituras

Postado por SECEC-RJ em 17/mar/2021 -

Cesar Miranda Ribeiro, jornalista e radialista com mais de 35 anos de experiência na TV Globo, anuncia projetos para o Museu da Imagem e do Som do Rio, que ganhará novas plataformas e ferramentas de acesso para o público e artistas

Cesar Ribeiro na sede do MIS, na Lapa. Crédito: Gui Maia

Quais são suas prioridades à frente do MIS?

– Nossa maior prioridade é a finalização das obras da nova sede em Copacabana. A meta é entregarmos ainda no governo Cláudio Castro esse equipamento. Esperamos que a licitação para a escolha da empresa que vai finalizar a obra seja realizada ainda neste semestre. Faltam apenas 30% dessas obras físicas e esperamos retomar em breve esses trabalhos. O conteúdo já está em grande parte pronto aqui no MIS. Esse investimento é muito importante para o Rio não só porque vai abrigar um acervo fantástico, mas também para o turismo. Vai projetar ainda mais a cidade para o mundo.

Já há um modelo definido com relação ao conteúdo das exposições?

– A exposição raiz será a da Carmen Miranda. A composição vem basicamente do acervo do Museu Carmen Miranda, que está guardado. Mas a interatividade e a tecnologia serão fatores preponderantes. A ideia é que as exposições se renovem constantemente e o próprio acervo do MIS já fornece base para mostras temporárias de todo tipo. Há aqui 300 mil itens e esse número cresce a cada ano entre 10% e 35%.

Há novidades também para as instalações mais antigas do MIS?

– Certamente. Também é uma prioridade a restauração do prédio da Praça XV, feito para a exposição do Centenário da Independência em 1922. Um dos planos é revitalizar o cinema. Em setembro de 2022, vai completar 100 anos da primeira transmissão radiofônica no país. Ela infelizmente não foi gravada, mas é um marco histórico. Nossa ideia é promover eventos que lembrem esse fato, que ocorreu naquele complexo de prédios construídos para a exposição, e por isso recuperar esse patrimônio é tão importante. Só dois prédios daquela exposição continuam em pé.

O MIS recebeu recentemente a doação do acervo pessoal do José Wilker. Como está sendo tratado esse material?

– Tivemos que disponibilizar uma sala só para ele no prédio. São 8 mil itens, entre livros, DVDs, LPs, etc. Ele era um apaixonado pelas artes, um estudioso. Estamos catalogando tudo e ao final a família, que fez a doação, será ouvida. O que não for considerado de interesse público será devolvido, mas muita coisa ficará disponível para consulta do público. O que mais me entristece é ver um acervo guardado e não mostrado. Quero fazer uma gestão democrática. Se não houver impedimento jurídico, os acervos devem ser acessados por todos os brasileiros que tiverem interesse. Esse processo tende a ser facilitado a partir da criação do Selo de Certificação MIS, que permitirá uma vistoria prévia às coleções e facilitará as doações. É um projeto que estamos desenvolvendo.

O MIS tem dado uma contribuição importante para a memória nacional através do programa Depoimento para Posteridade. Como ele será tratado a partir de agora?

– Estou introduzindo uma ferramenta online, que vai permitir que todo o território nacional participe. Antes era muito restrito samba e choro e vamos dar espaço para todos os gêneros, como o sertanejo, por exemplo. As portas estarão abertas a tudo que tem brasilidade. Isso permite democratizar os depoimentos, também dando espaço para pessoas mais jovens. Pessoas que queiram dar depoimento podem nos procurar.

Que outras novidades a população pode esperar do MIS?

– Uma novidade importante será a criação da Web Rádio do MIS, que será lançada no início de abril, com uma programação diária de 24 horas. Terá trechos de depoimentos de figuras históricas e muita música também. Os ouvintes poderão pedir músicas também. Por outro lado, estamos fazendo uma parceria com a rádio Roquette Pinto para termos nosso programa nessa importante emissora do estado. Deve se chamar Frequência MIS. Outro projeto que estamos montando é do dos Festivais de Música Popular do estado, com eliminatórias virtuais. Através de uma cooperação com o Theatro Municipal, faríamos a final lá. Outra proposta é integrar o MIS com as prefeituras e secretarias de cultura dos 92 municípios fluminenses, através Canal MIS Itinerante. Ou seja, estamos buscando democratizar ao máximo o conteúdo do MIS para toda a população.

Mulheres marcam presença no campo cultural

Postado por SECEC-RJ em 10/mar/2021 -

Danielle Barros na Biblioteca Parque Estadual, no Centro do Rio. Crédito: Gui Maia

Danielle Barros, secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio, fala sobre a participação feminina no setor e faz um balanço da sua gestão, abordando iniciativas como o Cultura Presente Nas Redes e os editais da Lei Aldir Blanc.

–  Estamos na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. Que avaliação a senhora faz das conquistas e avanços das mulheres no campo da Cultura?

–  As mulheres já vêm se inserindo no campo da cultura e da economia criativa há muitos anos, mas essa trajetória não é tão fácil. Como em outros setores da sociedade ainda há preconceitos e barreiras a serem superadas. Temos um grande protagonismo feminino no mundo das artes, o que é ótimo, mas embora o universo da produção cultural seja amplo, nem sempre há igualdade de oportunidades, principalmente nos postos de direção. O que nós preconizamos na Secretaria de Cultura do Estado é uma participação ativa das mulheres nas atividades culturais e com equidade.

–  No ano passado a SECEC lançou o edital Cultura Presente Nas Redes, que teve 1.500 contemplados, dos quais 663 (44,2%) eram mulheres. Qual avaliação a senhora faz desse número?

–  Creio que esse dado mostra o enorme avanço alcançado pelas mulheres no mercado da Cultura e aponta para quase um equilíbrio entre proponentes homens e mulheres. Numa outra oportunidade esse percentual pode se inverter, com uma maior presença feminina. A força da mulher está presente gerando emprego, renda, melhorando a autoestima das pessoas e contribuindo com a sua sensibilidade para as atividades criativas fluminenses. Vamos procurar estimular sempre a participação feminina porque apostamos nessa harmonia.

–  Que balanço a senhora faz da aplicação da Lei Aldir Blanc no estado?

–  Conseguimos executar quase a totalidade dos recursos previstos, que foram pouco mais de R$ 100 milhões. Foi uma ajuda emergencial para os fazedores de cultura, que ficaram impossibilitados de arrecadar com ingressos por conta das restrições contra aglomerações. O setor cultural foi um dos mais afetados pelas restrições e conseguimos levar esse alento para os artistas, técnicos e produtores e para o público, que pôde matar a saudade dessas produções.

–  Que rumos a cultura vem tomando no estado?

–  A SECEC vem estimulando a democratização do acesso à cultura por entender que é um direito de todos ter sua tradição local valorizada e por assistir às produções que são feitas para o grande público. A cultura estimula a atividade econômica, pois envolve uma cadeia extensa de profissionais de todas as especialidades. Temos por premissa esse compromisso com a descentralização de recursos e projetos e creio que essa visão política, muito defendida pelo governador Cláudio Castro, já está trazendo frutos.

–  O Rio de Janeiro já se orgulhou de ser capital cultural brasileira. Quando voltará a ter esse título?

–  O Rio tem uma riqueza cultural invejável e cabe ao poder público implementar as políticas corretas para que haja um renascimento do setor. Mesmo com a crise econômica e com as restrições da pandemia, estamos este mês reabrindo importantes equipamentos culturais, como a Casa França-Brasil, a Biblioteca Parque e retomando as exposições no Parque Lage. Tenho certeza de que depois dessa fase, veremos a vida cultural fervilhando não só na capital como em todo o estado.

Superintendência de Artes dará apoio à estrutura de segmentos artísticos

Postado por SECEC-RJ em 03/mar/2021 -

Taydara Araújo assume setor da SECEC para ampliar oportunidades para fazedores das artes cênicas, circo, música, dança e artes visuais e promete diálogo e amparo a essas áreas.

– Como a Superintendência de Artes pode contribuir com a elaboração de políticas públicas e ações no âmbito da SECEC?

– A Superintendência tem muito a contribuir. Por isso, fiquei tão honrada pelo convite feito pela secretária Danielle Barros. É uma responsabilidade imensa, porque a cultura é muito importante na vida das pessoas. Ela transforma vidas e tem uma função social valiosíssima. A Superintendência de Artes lida com segmentos da cultura como artes cênicas, circo, música, dança e artes visuais, que estão sendo organizados de acordo com o que rege o Sistema Estadual de Cultura promovendo o diálogo com os fazedores de cultura para fortalecimento das políticas públicas já existentes e novas que possibilitem um estímulo permanente a esses segmentos.

-É possível contemplar esses segmentos com os orçamentos atuais?

-Sim. Já iniciamos um processo de estruturação que ajudará no encaminhamento das ações. O setor de dança, por exemplo, já está bem fortalecido com fóruns regionais formados, o que permite aos grupos terem mais acesso aos editais de fomento e outras oportunidades que se criam. Isso é bom para a cadeia da economia criativa. Também já temos incentivado a criação de planos setoriais e de conselhos. Quando estive na Assessoria de Relações Intermunicipais, constatei obviamente a grande concentração de equipamentos e de atividades culturais na capital, mas o mapeamento que fizemos mostrou também o enorme potencial da Baixada e do Interior, que também têm seus espaços, mesmo que apenas uma praça. Portanto, é preciso democratizar a cultura e fazer sempre mais com menos recursos.

-Com o fim do atendimento dos editais emergenciais da secretaria, como será o futuro do setor cultural?

-A retomada plena das atividades culturais ainda depende da aplicação da vacina. Muitos produtores estão se adaptando e se reinventando, mas grande parte das atividades culturais e da economia criativa necessita de público presencial. Estamos atentos às demandas do setor e prontos a ajudar no que for preciso, mantendo o Gabinete Humanitário da Cultura como apoio aos artistas. O próximo passo será o um edital de carnaval, para ajudar esse segmento da economia criativa e cultural. Além disso, reabrimos as inscrições de projetos incentivados da Lei de Incentivo Estadual, o que é também uma ferramenta de apoio à cultura.

-Como as políticas públicas podem contribuir para a democratização do acesso à cultura no estado?

-A atual gestão da Secretaria tem se pautado pela descentralização e democratização dos recursos e projetos e tem visto o Interior e a Baixada Fluminense, com carinho. O mapeamento que fizemos, e daremos continuidade, nos auxilia nas futuras políticas públicas. Através dele, percebemos que existem equipamentos e espaços culturais no Interior e que muitos produtores culturais desconhecem. É possível incrementar a cultura em todos os municípios sem onerar mais o poder público.

-A Superintendência terá um olhar especial para os grupos circenses?

Sim. Já avançamos ao lançarmos um edital específico para esse segmento, no âmbito da Lei Aldir Blanc. Mas é um setor que enfrenta algumas dificuldades estruturais, principalmente por conta da informalidade. Temos dado orientações para o registro de pelo menos um CNPJ para que possam ser beneficiados pelos editais. Vamos manter nosso apoio e contato com os circos, que realizam espetáculos belíssimos e que agregam muito às famílias.