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Arquivo de janeiro 29America/Sao_Paulo 2024

Trabalhos em bordado ocupam espaço de exposição na Biblioteca Parque Estadual

Postado por SECEC-RJ em 29/jan/2024 -

A Biblioteca Parque Estadual (BPE), no Centro – RJ, reabriu nesta segunda-feira (29/01) o espaço destinado a exposições, com foco na valorização da cultura fluminense. E para ocupar o local e estrear a temporada 2024, a mostra “Fios que Entrelaçam Histórias” reúne três ambientes diferentes e traz peças do projeto “Re-descobrindo o Brasil em fios: 200 anos de histórias e memórias bordadas”, vencedor do edital Retomada Cultural RJ 2, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Sececrj). A visitação fica aberta, gratuitamente, até o dia 1º de março, de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h.

“Estamos muito felizes de receber essa exposição, já que ela conta com peças que são fruto de um edital nosso. Ou seja, o ponto de partida foi dado nesta casa de cultura e, agora, o resultado final retorna até aqui para oferecer à população acesso gratuito a estas obras. Temos no bordado uma tradição que conta a história da cultura popular, das pessoas, regionalidades e singularidades. Então, nada melhor do que reabrir o nosso espaço de exposições com uma ação tão simbólica e democrática como essa”, destaca a subsecretária da Sececrj e diretora da Escola da Cultura, Cláudia Viana.

Idealizada pela Secretaria de Estado e Cultura e Economia Criativa e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a exposição é dividida em três partes: a primeira, “Re-descobrindo o Brasil em fios: 200 anos de histórias e memórias bordadas”, traz criações de artesãos de 28 municípios fluminenses, inspirados no Bicentenário da Independência Brasileira. O trabalho já percorreu as cidades de Resende, Valença, Três Rios, Rio das Flores e Teresópolis. Após sair do Rio de Janeiro, a mostra segue por Tanguá, Itaboraí, Búzios e Cabo Frio.

“Muitos bordados aqui presentes são referência a lugares que contam a história do Rio de Janeiro e reforçam os vínculos de pertencimento ao território habitado, como rios, montanhas, igrejas, estações de trem e casarões. Sendo assim, essa exposição cumpre um papel de criar pontes culturais entre os municípios fluminenses, entrelaçando suas memórias”, explica o professor de Antropologia da Uerj, Ricardo Gomes Lima, responsável pela curadoria da mostra junto a Marisa Silva.

Os outros dois ambientes da exposição são: “Um Bordado para Marielle”, que conta um pouco da história da vida e obra da socióloga, ativista e política brasileira Marielle Franco, e “Fios da Pequena África”, realizada por artesãos do Polo da Região Portuária, na Gamboa, também através do edital Retomada Cultural RJ 2.

Serviço – Exposição

Data de visitação: 29/01 a 1/03
Dias: segunda a sexta-feira
Horário: 10h às 16h
Local: Biblioteca Parque Estadual, Avenida Presidente Vargas, 1261, Centro
Curadores: Ricardo Gomes Lima e Marisa Silva
Realização: Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Fio às Cinco em Pontos e Polo da Região Portuária

Maior Conferência Estadual de Cultura da história do Rio de Janeiro se encerra

Postado por SECEC-RJ em 26/jan/2024 -

Após três dias de debates em prol da política cultural fluminense, a 5ª Conferência Estadual de Cultura do Rio de Janeiro chegou ao fim. No último dia de encontro, realizado nesta quinta-feira (25/01), na UERJ – Maracanã, foram eleitos os delegados que vão representar o estado na 4ª Conferência Nacional de Cultura, que acontecerá entre os dias 4 e 8 de março, em Brasília. O evento foi realizado pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (Sececrj).

“Foram três dias de intensa escuta e participação popular, com a sensação de dever cumprido. Entregamos uma das maiores conferências do país, garantindo logística, alimentação, acolhimento e sempre buscando o diálogo, nosso grande norte. Fica o sentimento de gratidão a cada pessoa envolvida neste processo”, afirma a secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Danielle Barros.

A abertura da Conferência Estadual de Cultura, na terça-feira, no Teatro Riachuelo – Lapa, contou com participação do Ministério da Cultura (MinC) e do Fórum de Secretários e apresentação da Orquestra Harmônicos de Conservatória, que atua com educação musical para crianças e jovens das comunidades do distrito de Valença, no Sul do Estado. A cantora Juliana acompanhou o grupo. Durante o dia, foi feita a leitura e aprovação do regimento interno, com participação ativa dos delegados estaduais, que destacaram suas ideias e propostas.

Os dois encontros seguintes aconteceram na UERJ. Primeiro, na quarta-feira, os grupos de trabalhos foram divididos, de acordo com os eixos e segmentos, para discutir os rumos da cultura fluminense. O bloco Loucura Suburbana ficou responsável pela apresentação artística do dia. Já na quinta-feira, os participantes debateram as propostas que serão levadas à Conferência Nacional e realizaram a eleição dos delegados que representarão o estado do Rio de Janeiro. O Jongo da Serrinha fechou as atividades com uma grande apresentação de música e dança.

Etapas do processo

Foram realizadas 65 conferências municipais no ano passado e 3 intermunicipais, com o objetivo de mobilizar agentes culturais em todo o Estado, resultando em mais de 90% de adesão dos municípios participando do processo inicial, um marco histórico para o Estado do Rio. Em dezembro, a primeira etapa, de forma on-line, foi realizada e contou com três dias de diálogos temáticos abertos ao público, com transmissão ao vivo pelo YouTube.

A etapa presencial recebeu mais de 700 profissionais da cultura e determinou as ações que serão realizadas pelos próximos dois anos. O evento traçou diretrizes para a criação de políticas públicas que beneficiem várias áreas no setor cultural, como literatura, teatro, circo, dança, artes visuais, música, cultura tradicional, popular e indígena, audiovisual, museu e patrimônio cultural. As demandas locais, definidas no evento, serão apresentadas na 4ª Conferência Nacional de Cultura, que será realizada em março, após 10 anos de hiato.

Vencedores de edital cultural do Governo do Estado lançam livro nesta sexta-feira

Postado por SECEC-RJ em 25/jan/2024 -

Repleto de diversidade e singularidades regionais, o livro “Contos RJ – Um Olhar Sobre o Amanhã” será lançado nesta sexta-feira (26/01), às 15h, na Biblioteca Parque Estadual – Centro. A obra é fruto do Concurso Cultural de Contos realizado pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Sececrj), por meio da Superintendência de Leitura e Conhecimento, e a Imprensa Oficial do Estado, e reúne textos de 20 autores fluminenses em um formato de antologia.

“Premiar a literatura é também agradecer aos escritores pela companhia que seus textos proporcionam aos que procuram refúgio nas páginas dos livros. Poder contemplar esse segmento tão importante, que nos abraça em vários momentos da nossa vida, é um orgulho muito grande. Os leitores irão se surpreender com a pluralidade, a diversidade e as singularidades de cada obra, além de confirmarem o porquê do Rio de Janeiro ser o Estado mais criativo do Brasil”, ressalta a secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa, Danielle Barros.

Danielle Barros durante o lançamento do edital Contos RJ

A chamada pública para seleção dos artistas foi realizada no primeiro semestre de 2023 e recebeu mais de 500 inscrições. Para atender de forma igualitária e democrática, foram selecionados dois candidatos de cada uma das dez regiões administrativas.

“Recebemos centenas de inscrições de todas as 10 regiões do Estado e, finalmente, iremos conhecer quem são os contos premiados e as pessoas por detrás dos textos. É muito importante perceber que essa iniciativa, de alguma forma, apresenta uma espécie de cartografia literária de todo o Rio de Janeiro, já que os 20 autores reunidos representam o Estado como um todo, através especificamente da qualidade de sua produção literária”, afirma o superintendente de Leitura e Conhecimento, Yke Leon. 

Os textos inéditos foram criados dentro da temática “Um Olhar Sobre o Amanhã”, na modalidade “Conto”. Em parceria com a PublishNews, os contemplados receberam premiação de mil reais, além do espaço para a publicação de seu texto na edição física do livro, que foi produzido pela Imprensa Oficial do Estado.

Produção do livro na sede da Imprensa Oficial do Rio de Janeiro

“Estamos entregando a materialização de sonhos e inspirações. Que o livro ‘Contos RJ- Um Olhar Sobre o Amanhã’ possa tocar e sensibilizar os leitores e também, incentivar ainda mais esses escritores tão talentosos. A Imprensa Oficial apoia a cultura e enaltece a literatura como instrumento de cidadania”, explica Patricia Damasceno, presidente da Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro.

O livro não será comercializado e ficará disponível para doação a instituições interessadas em adquiri-lo. O contato deve ser feito através do e-mail seb@cultura.rj.gov.br. Os livros também ficarão disponíveis aos leitores nas Bibliotecas Parque do Centro, Manguinhos e Rocinha. 

Serviço

Biblioteca Parque Estadual
Data: 26/01
Horário: 15h
Endereço: Avenida Presidente Vargas, 1261, Centro

Autores selecionados por regiões:

  • Metropolitana 1
    Roberto Cassano: “Reunião do Condomínio Ceres Park”
    Mari Velasco: “Cativeiros”
  • Metropolitana 2
    Claudia Cardoso (Mesquita): “Morena”
    Jonatan Magella (Nova Iguaçu): “Onipotência”
  • Metropolitana 3 
    José Carlos Garcia (Niterói): “Essa Tempestade é o que chamamos de progresso”
    Letícia Novo (Niterói): “Buscar no passado o que será do amanhã”
  • Noroeste
    Paulo Vitor Cultura (Cambuci): “O filho de um fio”
    Maycon Carvalho (Itaocara): “Esperança, União e Ação”
  • Norte
    Amélia Gonçalves (Macaé): “Viver no gerúndio tem sua beleza”
    Adriano Moura (Campos): “Cheiro de Passado”
  • Baixadas Litorâneas
    Maria Luiza Martins (Rio das Ostras): “A Floricultura”
    Luciana Cavalcanti (Saquarema): “A menina da bicicleta amarela e o bumerangue”
  • Serrana
    Marco Cortez (Guapimirim): “Esquecimento”
    Daniel Leite Lima (Carmo): “A Festa do Carmo”
  • Médio Paraíba
    Rodrigo Magalhães (Valença): “O Macróbio Histórico”
    Lukass Barbiere (Barra do Piraí): “Solilóquio do Inocente”
  • Centro-Sul
    Marcio Medeiros (Vassouras): “Uma carta ‘Ao Morador'”
    Mery Alentejo (Paty do Alferes): “Maio”
  • Costa Verde
    Ms Syrio (Angra dos Reis): “A extinção dos falsos humanos”
    Amanda Hadama (Angra dos Reis): “Não Conheci Marina”

Tom Jobim defende “brasilidade” da bossa nova em testemunho gravado na série Depoimentos para a Posteridade

Postado por SECEC-RJ em 25/jan/2024 -

“Eu venho aqui em defesa da bossa nova, dizer que a bossa nova é brasileira. Muito brasileira”, afirmou Antônio Carlos Jobim no dia 25 de agosto de 1967 ao participar da série histórica Depoimentos para a Posteridade, do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro. No dia 25 de janeiro é celebrado o nascimento de Tom Jobim (25/01/1927), e o Dia Nacional da Bossa Nova. Para marcar a data, o MIS RJ destaca trechos marcantes da entrevista exclusiva do cantor e compositor, que teve duração de três horas.

A afirmação de que a bossa nova é brasileira foi feita no momento em que Tom Jobim e os participantes da gravação (Vinicius de Moraes, Oscar Niemeyer, Raimundo Vanderlei, Dorival Caymmi e Chico Buarque, além de Ricardo Cravo Albin, diretor do MIS, à época) falavam sobre o surgimento do gênero musical que ficou conhecido no mundo todo. O tema em questão era a suposta influência exercida pelo jazz norte-americano na musicalidade “bossa novista”. Segundo Tom, se houve influência, ela foi inversa, ou seja, para o compositor, a bossa nova influenciou o jazz.

“Nós temos a atitude dos subdesenvolvidos em relação a essas coisas. Quer dizer, nós temos a atitude do ‘deixa para lá’. E eles, vamos dizer aí no caso dos Estados Unidos, têm a atitude do ‘venha a nós’, a atitude do rico”, afirmou Tom durante o depoimento, referindo-se a diferença de postura percebida por ele no momento em que a construção da narrativa sobre o surgimento do novo estilo musical acontecia, na década de 1950.

Frank Sinatra e Tom Jobim / Foto: Coleção MIS/Acervo MIS RJ

Na descrição de Tom Jobim, a bossa nova foi uma consequência da mudança de comportamento no cenário musical que, por conta da evolução tecnológica, passou a trabalhar mais com gravações. Segundo ele, a raiz da bossa nova é o samba, e a mudança nos acordes do violão, bem como a redução da quantidade de instrumentos usados na interpretação das canções (características do gênero musical que estava nascendo) tem origem, para além das questões comportamentais (de amigos que se reuniam em apartamentos para fazer música), na tendência dos artistas de frequentarem mais os estúdios.

O cantor e compositor ressaltou que havia uma necessidade de “limpeza”, da mudança do que ele chamava de “excesso de acompanhamento” (vários instrumentos sendo tocados ao mesmo, uma característica do samba) para um som mais “purificado”, o que era possível com o uso de apenas um violão.

As composições de Tom Jobim aliadas à poesia de Vinicius de Moraes estão entre os marcos do início da bossa nova. Uma delas é “Canção do Amor Demais”, que deu nome ao LP gravado por Elizeth Cardoso, em 1958. O MIS RJ salvaguarda fotos da cantora na ocasião do lançamento do disco. Somente o setor iconográfico do museu, que é responsável pela preservação e tratamento técnico de fotografias, negativos, cartazes, pinturas e álbuns impressos, reúne 171 itens relacionados a Tom Jobim.

No setor de partituras, uma raridade: a composição manuscrita da música “Serenata do Adeus” assinada pelo próprio autor, Tom Jobim, e que também fez parte do LP considerado um dos precursores da bossa nova. O MIS RJ salvaguarda 177 partituras ligadas ao cantor e compositor. Algumas músicas do álbum de Elizeth, como “Canção do Amor Demais” e “Por Toda a Minha Vida”, tiveram o acompanhamento do violão de João Gilberto. Um clássico exemplo do que queria dizer Tom sobre a “purificação do som”.

“O João chegou assim com… foi um refresco aquilo, né? Aquela coisa do João, e já naquele disco da Elizeth, ele mandou aquela brasa, aquele violão limpo dele, com aquele ritmo formidável e o negócio começou a mudar muito”, pontuou Tom Jobim em seu testemunho ao MIS, definindo João Gilberto como “um cara de uma musicalidade espantosa e de uma inteligência terrível”.

A participação de Tom Jobim na série Depoimentos para a Posteridade foi amplamente divulgada na imprensa, em especial, nos jornais impressos da época. Muitos registros estão salvaguardados no setor institucional do Museu da Imagem e do Som. O Correio da Manhã publicou, no dia 26 de agosto de 1967, a reportagem com o título “Tom defende bossa brasileira e ataca cultura secreta”. Na mesma data, o jornal O Globo registrou o depoimento com o título “Tom depôs no museu ajudado por Vinicius”, enquanto o Jornal do Brasil publicou a matéria “Depoimento de Tom teve muito uísque e histórias sobre Ipanema e Sinatra”.

Ricardo Cravo Albin e Tom Jobim conversam após o Depoimento para a Posteridade, em 1967 / Foto: Coleção MIS/Acervo MIS RJ

Sobre Tom Jobim

O cantor e compositor está entre os artistas brasileiros mais conceituados do mundo. Tom Jobim teve obras gravadas em diversos idiomas. Dentre as mais famosas está “Garota de Ipanema”, de 1962, que ganhou inúmeras versões e inspirou o filme com mesmo nome. Tom Jobim gravou discos nos Estados Unidos, sendo um deles com Frank Sinatra. Ganhou prêmios e fez parcerias de peso. Aos 40 anos, idade que tinha ao dar seu testemunho para o projeto do MIS RJ, destacou os nomes mais presentes no início de sua carreira.

O primeiro a ser citado é Newton Mendonça, parceiro profissional e amigo de infância das ruas do bairro de Ipanema (Tom nasceu na Tijuca e a família se mudou para a Zona Sul do Rio quando ele tinha apenas 1 ano). Em seu relato, Tom afirma que é preciso ter uma afinidade muito grande para formar uma parceria. Ele conta que a ligação entre ele e o amigo era tão forte que dispensava palavras para o processo criativo.

“(…) nunca nós comentamos isso, mas, ficou mais ou menos, a máquina nossa funcionava mais ou menos assim. Quer dizer, eu sentava no piano e ele pegava o caderno. O famoso caderno, aquele caderninho… e ele era um sujeito muito lúcido, muito informado, lia muito e zangado com o mundo, não é, Vinicius?”, disse Tom, pedindo a opinião de mais um parceiro essencial na carreira. Vinicius de Moraes, Tom e os entrevistadores lembraram dos sucessos “Desafinados”, “O Samba de uma nota só”, “Foi a noite” e “Meditação”, que nasceram da sinergia entre os dois gênios (Tom e Newton Mendonça) da música.

Durante o Depoimento para a Posteridade, Vinicius também falou sobre seu encantamento ao ouvir Tom tocar pelas primeiras vezes. A canção responsável por fazer os olhos de Vinicius de Moraes brilharem foi uma das parcerias com Newton Mendonça, que morreu ainda jovem, aos 30 anos, de enfarto.

“(…) me causou uma impressão muito grande. Quer dizer, era um som que me parecia um som diferente do que estava se fazendo. Compreende? Você tinha feito ‘Foi a Noite’, não tinha?”, questiona Vinicius, que recebe a resposta positiva de Tom. Na conversa, Tom também destaca sua admiração por Vinicius de Moraes, e revela que o observava durante as apresentações no Clube da Chave, em Copacabana. Ambos recordam ainda que se aproximaram após serem apresentados por Lúcio Rangel.

“(…) no início, nós fizemos, assim, uns três ou quatro sambas bem desajeitados, sabe? E eu me lembro que eu falava com o Vinicius: ‘Vinicius, vamos fazer mais desses ruins, que depois vai soltar, né?”, afirmou Tom na gravação exclusiva do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, de 1967, arrancando risos dos que estavam presentes.

O setor sonoro do MIS salvaguarda a contracapa do LP “Canção do Amor Demais”, gravado por Elizeth Cardoso, com dedicatória manuscrita de Vinícius de Moraes para Lúcio Rangel. O item faz parte da Coleção Lúcio Rangel.

Ao todo, o Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro possui 5.373 itens relacionados a Tom Jobim em seu acervo. Uma das raridades é o cartão de identificação dele como empregado da Rádio Club do Brasil na função de pianista. O documento está salvaguardado na Coleção Almirante. O MIS RJ preserva ainda fotos, livros, músicas, partituras, discos, entrevistas em áudio e vídeo, além de objetos que são verdadeiras preciosidades, algumas únicas, que mantêm viva a memória desse brasileiro ícone da música. O presidente da instituição, Cesar Miranda Ribeiro, destaca o compromisso e a satisfação em preservar materiais tão ricos e importantes para a cultura brasileira.

“Estamos falando de um dos artistas com maior projeção no mundo e parte da sua vida e obra está aqui, no Rio de Janeiro, no Museu da Imagem e do Som. Somente no setor sonoro, são 4.466 itens relacionados a Tom Jobim. A comemoração de hoje – Dia Nacional da Bossa Nova e aniversário de Tom Jobim – é muito especial para o MIS RJ, como entidade que possui o maior acervo de MPB do país e que prima pela cultura nacional”, destacou Cesar Miranda.

Todo o acervo do museu, equipamento vinculado à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Secec-RJ), está à disposição do público e dos pesquisadores. Para acessar o material basta enviar e-mail para saladepesquisa@mis.rj.gov.br e agendar uma visita ao Centro de Pesquisa e Documentação Ricardo Cravo Albin.

Sececrj abre consulta pública sobre a Lei Aldir Blanc

Postado por SECEC-RJ em 23/jan/2024 -

Alô, fazedor de cultura! Quer ajudar a construir o plano de aplicação de recursos da Lei Aldir Blanc no Estado do Rio de Janeiro? A Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa abriu consulta pública para compilar as demandas e necessidades da sociedade civil. O documento pode ser preenchido de forma on-line, entre os dias 29 de janeiro e 12 de fevereiro de 2024.

O levantamento vai ajudar a definir as características do público-alvo, como idade, região e segmento artístico de atuação. O processo de escuta segue a mesma linha adotada na construção da Lei Paulo Gustavo e atende um dos pilares da gestão, com foco na democratização do acesso e descentralização dos recursos da pasta.

Para execução da Lei 14399/2022, que institui a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, o Estado receberá aproximadamente R$ 104 milhões, que serão distribuídos mediante editais, chamadas públicas, prêmios, aquisição de bens e serviços vinculados ao setor cultural e outros instrumentos.

CONSULTA PÚBLICA ENCERRADA.

Estado do Rio de Janeiro realiza a etapa final da 5ª Conferência Estadual de Cultura

Postado por SECEC-RJ em 18/jan/2024 -

Após um intervalo de mais de 5 anos, a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, por meio do Fundo Estadual de Cultura, realiza nos dias 23, 24 e 25 de janeiro, a etapa final da 5ª Conferência Estadual de Cultura, que tem como tema “Democracia e Direito à Cultura”. A abertura do evento acontece no Teatro Riachuelo, no Centro do Rio, a partir das 14h, e os últimos dois dias serão realizados na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a partir das 9h.

Os encontros vão promover debates sobre o futuro da cultura no Estado, com participação ativa dos delegados eleitos durante as conferências municipais e encontros setoriais, que aconteceram durante as primeiras etapas da Conferência, no segundo semestre de 2023. O evento busca reunir a sociedade civil e os representantes do poder público para que, em conjunto, tracem diretrizes para a criação de políticas públicas que beneficiem várias áreas no setor cultural, como literatura, teatro, circo, dança, artes visuais, música, cultura tradicional, popular e indígena, audiovisual, museu e patrimônio cultural. As demandas locais, definidas no evento, serão apresentadas na 4ª Conferência Nacional de Cultura, que será realizada em março deste ano, após 10 anos de hiato.

“Será uma grande oportunidade de discussão entre a sociedade civil e os entes governamentais, com objetivo de debater políticas, programas e ações a serem desenvolvidas. A conferência será o local onde todas essas ideias vão culminar em um espaço democrático de discussão, com ampla participação popular. Temos como prioridade, durante esta etapa, discutir o fortalecimento do Sistema Estadual de Cultura, tendo o Conselho, o Plano e o Fundo como seus principais pilares”, explica a secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Danielle Barros.

Parte interna do Teatro Riachuelo / Foto: Divulgação

A abertura, no Teatro Riachuelo, contará com apresentação da Orquestra Harmônicos de Conservatória, que atua com educação musical para crianças e jovens das comunidades do distrito de Valença, no Sul do Estado. A cantora Juliana acompanha o grupo. Compõem a mesa intitulada de “Democracia e Direito à Cultura – afetos e relações humanas”, a Secretária Danielle Barros, o escritor, consultor, professor e doutor em filosofia, Renato Nogueira, além da atriz, roteirista, jornalista e consultora de audiodescrição em conteúdos artísticos, Moira Braga. Para o segundo dia, que acontece na UERJ, o Bloco Loucura Suburbana dá o tom da programação e o encerramento, no dia 25, fica por conta do grupo Jongo da Serrinha.

Etapas do processo

Foram realizadas 65 conferências municipais no ano passado e 3 intermunicipais, com o objetivo de mobilizar agentes culturais em todo o Estado, resultando em mais de 90% de adesão dos municípios participando do processo inicial, um marco histórico para o Estado do Rio. Em dezembro, a primeira etapa, de forma on-line, foi realizada e contou com três dias de diálogos temáticos abertos ao público, com transmissão ao vivo pelo YouTube.

Mesa de debate durante a etapa online da Conferência, em dezembro / Foto: Gui Maia

A etapa final conta com mais de 600 profissionais da cultura credenciados e mais de 700 pessoas são esperadas para o evento, entre os agentes credenciados e convidados. Segundo a Comissão Organizadora do evento, a Conferência vai contribuir decisivamente para os rumos da cultura no Estado do Rio de Janeiro com a retomada da democracia e dos debates políticos sobre o Plano Estadual de Cultura, além de avaliar o que foi construído até aqui e determinar ações para os próximos dois anos.

Serviço5ª Conferência Estadual de Cultura do Estado do Rio de Janeiro

Datas: 23 a 25 de janeiro de 2024
23 de janeiro – abertura no Teatro Riachuelo, às 14h
24 e 25 de janeiro – Grupos de Trabalho e plenária final
Evento para credenciados
Realização: Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro

Governo do Estado patrocina número recorde de projetos culturais em 2023

Postado por Gabriel Saboia em 03/jan/2024 -

O Estado do Rio de Janeiro retomou sua posição de celeiro da arte e anfitrião de grandes eventos em 2023. e atingiu um número recorde de projetos culturais patrocinados em território fluminense: foram 123 ações, com aporte total de R$ 148 milhões, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Mais de 60 cidades foram beneficiadas com algum tipo de ativação cultural.

“A cultura do nosso estado é rica, diversificada e democrática. O Rio de Janeiro é um território cultural e nós valorizamos isso. Investindo em cultura, fortalecemos a nossa economia, o turismo e outros setores. Investir na cultura é investir em todo o estado”,

afirmou o Governador Claudio Castro.

Grandes eventos fizeram parte do calendário, como o Carnaval 2023, Festival de Inverno, Rio2C, Festival de Cinema de Vassouras, Rio Gastronomia, Festa do Tomate, ArtRio, Rio Montreux Jazz e o aguardado retorno do Natal da Lagoa. O investimento ajudou no reaquecimento do turismo, na geração de empregos e no fomento da economia criativa. As áreas culturais com mais projetos patrocinados foram: Música e Dança (48), Teatro e Circo (18) e Artes Plásticas e Artesanais (15). 

Projetos patrocinados via Lei de Incentivo à Cultura
Estado do Rio bateu recorde de investimentos culturais em 2023

“Foi um ano de consolidação das políticas de fomento, parcerias e muito investimento na cultura. Temos nossa gestão pautada no processo de escuta, na democratização do acesso e descentralização dos recursos. Então, poder chegar a todas as regiões, ajudando a realizar não só o maior espetáculo da Terra, o Carnaval, mas também as manifestações artísticas no interior, mostra que estamos no caminho certo”,

afirmou Danielle Barros, secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio.

Mais de R$ 500 milhões em 3 anos

Quando a atual gestão à frente da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa assumiu, no final de 2019, o Fundo Estadual de Cultura (FEC), uma das leis mais antigas do Cumpra-se, da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, estava há mais de 20 anos aguardando regulamentação. De lá pra cá, com a regularização do FEC, a política de fomento do estado foi retomada.

Entre 2020 e 2023, foram cerca de 400 projetos patrocinados via Lei de Incentivo à Cultura, com o investimento que supera o valor de R$ 500 milhões. O processo foi modernizado e amplificado a partir de 2020, quando a Sececrj criou uma nova plataforma para atender os proponentes e as empresas patrocinadoras: o Sistema Desenvolve Cultura. A mudança agilizou e facilitou a dinâmica de relacionamento entre sociedade civil, empresas privadas e poder público, permitindo que o benefício fiscal chegasse a novos lugares.

Como funciona?

O Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura, de que tratam as Leis nº 7035/2015 e nº 8266/2018, refere-se à promoção de projetos culturais por meio da renúncia fiscal de até 3% do valor do ICMS pago pelas empresas contribuintes. De acordo com a resolução nº 89/2020, os projetos devem ser inscritos no Sistema Desenvolve Cultura para aprovação da Comissão de Avaliação de Projetos e posterior concessão do benefício fiscal mediante apresentação de Declaração de Patrocínio. O mecanismo permite que até 100% do projeto seja patrocinado com recurso de renúncia fiscal.

Território criativo

De acordo com levantamento do Itaú Cultural, a economia criativa da cultura representa 3,11% do PIB do país e, neste quesito, o estado fluminense se destaca. Segundo dados da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), as empresas criativas do Rio produzem o equivalente a R$ 32,1 bilhões, o que significa que 4,62% de toda a riqueza gerada no estado é proveniente deste setor. Essa é a maior participação dentre as 27 unidades federativas.