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Casa França-Brasil reabre para atividades artísticas

Postado por SECEC-RJ em 24/fev/2021 -

A Casa França-Brasil reabre as suas portas para ativações culturais no mês de março após quase dois anos. E a diretora do equipamento cultural, Helena Severo, participou do nosso “Dialogo Cultural” para falar um pouco mais sobre o atual momento da Casa e a expectativa da reabertura.

– Quais são suas expectativas para a reabertura ao público da Casa França-Brasil?

– Depois de praticamente um ano fechada em razão da pandemia, nesta segunda  (02/03) a Casa Franca Brasil  reabrirá suas portas  recebendo a expo ‘Casa Aberta – Passagens’ e, no mesmo dia o Seminário ‘Imersões: Arte e Arquitetura’. Ambos os projetos foram viabilizados com recursos da lei Aldir Blanc. Temos já outras exposições já agendadas. ‘Surface’, do fotógrafo Gabriel Vicbold e outra, em parceria com o Iphan/Rio que resultará de um concurso de fotos do patrimônio edificado do entorno da Casa. Para completar o calendário deste ano estamos negociando ainda outra exposição.

– Qual é o potencial que a senhora vê na Casa?

– Em primeiro lugar, é uma honra enorme dirigir essa instituição pela história que ela tem. A transformação desse importante bem arquitetônico nesse espaço cultural foi uma vitória do Darcy Ribeiro, que lutou para viabilizar o projeto. É uma construção do século XIX e o primeiro exemplar neoclássico do Brasil, projetado pelo arquiteto Grandjean de Montigny, que veio com a Missão Francesa ao Brasil. Apesar do prédio já ter tido diversas funções no passado, suas características são perfeitas para a realização de exposições até de grande porte. Por isso, pretendemos investir nessa vocação. Definimos uma política de ocupação da Casa tomando como ponto de partida a arte contemporânea, aí entendida em sua transversalidade, o que significa dizer que além de pintura, gravura e escultura também estamos incluindo arquitetura, design e moda etc. Também temos que apostar em parcerias e em obtenção de patrocínios. Já estamos em conversa com diversas instituições.

Equipamento cultural vai rceber exposições da Lei Aldir Blanc e já tem programação para retomada das atividades cultuais

– Como a Casa pode contribuir para a retomada do Centro do Rio?

– Meu desejo de vir atuar aqui é contribuir nesse sentido. A Casa está muito bem inserida no Corredor Cultural e dialoga há muitos anos com o CCBB, o Centro Cultural dos Correios e o Paço Imperial, entre outros. Agora estamos também em diálogo com a Orla Conde e as atrações que vão até o Museu do Amanhã. Portanto, nos beneficiamos de todo esse entorno e precisamos dar nossa contribuição para a recuperação do Centro. Tenho feito contato com diretores de vários espaços culturais e tratado de parcerias. Sem dúvida, os centros culturais cumprem um papel fundamental nesse processo de revitalização.

– Qual é o perfil dos frequentadores da Casa?

–  Acredito que não deve ser muito diferente do público que frequentava o espaço cultural da Biblioteca Nacional, que eu presidi. Percebemos lá uma frequência grande de pessoas que trabalham no Centro e aproveitam a hora do almoço para visitar uma exposição. A presença de estudantes também é muito forte. Acredito que na França-Brasil vamos intensificar a divulgação para receber bastante os frequentadores do Centro e estabelecer parcerias para atrair cada vez mais os estudantes. Os turistas também são um público potencial importante e que pode crescer com a proximidade com a Orla Conde e até com o Pier Mauá, onde atracam os transatlânticos. A partir de março a França-Brasil está de portas abertas para os cariocas e visitantes de todos os cantos.

Novos rumos para o Theatro Municipal

Postado por SECEC-RJ em 10/fev/2021 -

O Theatro Municipal do Rio de Janeiro está agora sob a batuta da historiadora Clara Paulino. Ela fala ao “Diálogo Cultural” sobre suas ideias para essa Casa e dos planos de reabertura para o público.

Quais são seus planos para o Theatro Municipal?

A prioridade número um é a reabertura gradual ao público. Evidentemente que precisamos para isso ter todas as condições de segurança tanto para quem for assistir aos espetáculos quanto para quem se apresenta ou trabalha na operação. Já estamos estudando critérios e protocolos adotados no setor e debatendo internamente para chegarmos às práticas mais adequadas para a casa. Outra perspectiva que tenho é a da democratização do acesso, numa visão alinhada com a do governo do estado de franquear os serviços a toda a população. Nesse sentido, temos que retomar os ingressos a preços populares, investir em transmissão por streaming e ampliar o acesso através de visitações, oficinas e outras formas de interação com o público.

A reabertura ao público já tem uma data?

Ainda não podemos anunciar uma data, mas estamos retomando gradualmente. Outras instituições similares, como o Theatro Municipal de São Paulo, já reabriram. Por mais que possamos fazer transmissões online, nada se compara a presenciar a apresentação de um concerto, de uma ópera ou de um balé.

Como sua experiência na área museológica pode contribuir para a gestão do municipal?

Tenho muito orgulho de ser funcionária da Secretaria de Estado de Cultura e de atuar em prol da área como um todo. Quando eu era do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) eu participei de algumas ações no Theatro e conheço bem esse equipamento. Desenvolvemos projetos em conjunto, como o portal do patrimônio. O Municipal sempre esteve presente na minha vida e tenho a honra de agora de presidi-lo.

A senhora pretende continuar investindo na programação online?

Com certeza, inclusive por se tratar de uma questão de democratização de acesso. É uma vertente que será mantida, mesmo com a reabertura. A internet possibilita que uma pessoa não só fora do Rio como em outros países possa assistir aos espetáculos. Mas é algo que precisamos reavaliar para construir uma estrutura permanente com o mínimo de custo. Para isso, vamos precisar realizar parcerias.

Nesse pouco tempo à frente do Municipal, como a senhora está lidando com o corpo técnico do teatro?

Está sendo um prazer enorme conviver com um corpo técnico tão capacitado como o do Municipal. Tanto os funcionários das áreas artísticas quanto dos setores administrativos são muito apaixonados pelo que fazem e extremamente competentes.

Entrevista com o novo diretor-geral do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), Cláudio Elias:

Postado por SECEC-RJ em 03/fev/2021 -

Quais serão suas prioridades à frente do instituto?

Meu maior desafio é fazer com que a atuação do Inepac traga mais resultados e benefícios para a sociedade. A preservação do patrimônio tanto material quanto imaterial tem enorme importância cultural e sócio-econômica. E precisamos tirar mais proveito das riquezas do nosso estado, que são admiráveis. Também pretendo adotar uma gestão com maior envolvimento por parte dos servidores, a fim de integrar mais o órgão. Outra prioridade será trazer mais parcerias com outras entidades públicas, principalmente com as universidades.

Conte um pouco sobre sua última experiência como presidente da MultiRio (Empresa Municipal de Multimeios da Prefeitura do Rio).

Em um ano como presidente da MultiRio pude implementar alguns projetos que me orgulham. Um deles é o MultiRio Para Todos, em que firmamos parcerias com prefeituras e entidades públicas com o objetivo de realizar cooperações. Nesse âmbito, criamos um curso para os professores montarem suas videoaulas, o que foi uma urgência durante a pandemia. Houve uma procura estrondosa. Também realizamos diversos projetos para ajudar a viabilizar o ensino remoto para os alunos da rede municipal.

Como sua carreira acadêmica como físico pode contribuir para sua gestão?

Muitas pessoas podem achar que as áreas das ciências exatas são conflitantes com a cultura, mas não é verdade. O objetivo da ciência é o de contribuir com o progresso e enriquecer o conhecimento humano, dialogando com todas as áreas. Sou professor da UERJ, onde é oferecido curso de arqueometria, que tem muito interesse por parte de arquitetos e arqueólogos, para citar um exemplo. É um aspecto que vamos ver cada vez mais no mundo contemporâneo, que é a integração dos diferentes ramos do saber e do conhecimento. Além disso, sou apaixonado por História e vai ser um prazer imenso lidar com esse universo.

Como o senhor vê o trabalho de tombamento e de fiscalização de imóveis históricos?

Acredito que a preservação, feita com critérios técnicos, é um instrumento valioso para evitar a destruição da nossa memória e das belezas arquitetônicas. Nos países ditos desenvolvidos, esse é um processo já muito mais consolidado e bem compreendido. O resultado é que nesses países, principalmente na Europa, há um aproveitamento econômico intenso do patrimônio histórico, sobretudo através do turismo. Temos que adotar essa visão aqui também e perceber que o tombamento não é um peso, mas um ganho, incentivando o retorno econômico da preservação. Equalizando esse aproveitamento, acredito que fiscalizar a adequação às características originais tombadas fica muito mais fácil.