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MIS RJ inaugura exposição “Drops Cinematográficos”

Postado por SECEC-RJ em 29/fev/2024 -

Os profissionais, amantes e pesquisadores da “sétima arte” vão se encantar com a exposição “Drops Cinematográficos”, inaugurada nesta quarta-feira (28/02) pelo Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, com a presença do produtor e diretor de cinema Cavi Borges. Recepcionado pelo presidente do MIS, Cesar Miranda Ribeiro, Cavi foi o primeiro a visitar a mostra, que reúne itens de setores do museu, como o tridimensional, textual e iconográfico.

O diretor de cinema destacou a importância de expôr os itens, entre eles, equipamentos que eram usados nas produções entre as décadas de 1940 e 1980, como uma forma de incentivo para a nova geração de profissionais. Cavi conversou com a equipe do museu, deu sugestões para o desenvolvimento de projetos e parcerias, além de visitar as instalações da Coleção “Na Cabeça do Zé – Acervo José Wilker”. Para o presidente do MIS, a exposição ganhou um brilho especial com a presença do diretor na inauguração.

“Cavi é um incentivador e parceiro do MIS, além de um grande conhecedor do setor audiovisual. A opinião dele sobre esse trabalho nos dá a certeza de que estamos no caminho certo. O MIS entende o mundo como sendo um lugar de comunicação. Conhecer os processos pelos quais passamos é importante não apenas para a compreensão do atual cenário, mas também para a evolução. Tudo é continuidade e com a tecnologia que temos hoje é no mínimo curioso imaginar como as produções eram feitas de forma analógica”, afirma Cesar Miranda.

A mostra tem a curadoria da museóloga Eliane Vilela e se apresenta em duas versões: a presencial, no segundo piso da sede da Lapa, e a virtual, que pode ser acessada pelo link disponível no site da Web Rádio MIS RJ. A visita presencial poderá ser feita mediante o agendamento pelo e-mail saladepesquisa@mis.rj.gov.br ou conforme a disponibilidade. Na página on-line da exposição, o visitante terá todas as informações sobre o contexto histórico das fotografias, documentos e equipamentos, como os projetores de filmes, câmeras e lentes das décadas de 1940 a 1980.

Dentre os objetos do setor tridimensional que fazem parte da exposição “Drops Cinematográficos”, estão o projetor de filme de 35 mm, da Rangertone Research Inc.; o “emendador” de filmes, da Griswold; o editor Viewer Dual-8 de filmes de 8 mm, da Goko; o projetor de slides de 35 mm, da Kodak; e câmeras de diversos formatos e tamanhos.

Os equipamentos, filmes e fotos são salvaguardados pelo museu, que integra a rede de equipamentos culturais do Governo do Estado e preserva o acervo audiovisual do século XX mais importante do Estado Fluminense. Desde a sua inauguração, em 1965, o MIS RJ se configura como um importante centro de referência para a pesquisa da indústria cultural brasileira.

Na exposição, os visitantes também podem contemplar imagens, como a fachada do antigo cinema Odeon, que ficava na Cinelândia, e cujo registro pertence à Coleção Augusto Malta. A mostra traz ainda fotografias que refletem o comportamento da época, como a que retrata um grupo exclusivamente formado por homens na entrada do Cinematógrafo Rio Branco, na Rua Gomes Freire, no Centro do Rio, com data de registro do começo do século XX.

As fotografias, preservadas no setor iconográfico, trazem ainda flagrantes do universo cinematográfico, como o cineasta Glauber Rocha em ação, além de José Wilker contracenando com Beth Farias, e cenas de filmes de Oscarito, Carmen Miranda e outros ícones da produção audiovisual brasileira. O cineasta Cavi Borges ressaltou o cuidado com detalhes e a riqueza do material exposto.

“É um resumo sobre filmagem e exibição. Esse tipo de iniciativa é um incentivo para atrair quem trabalha na produção de filmes e documentários. O acesso a estes equipamentos acaba sendo um estímulo ao setor audiovisual, porque o mais jovem pensam que se os caras faziam cinema mesmo diante de toda essa dificuldade, como hoje, com tanto apoio, tecnologia e facilidade a gente não faz? É olhar para trás e fazer melhor à frente. É uma honra estar aqui nesse momento histórico e ver esse material tão especial, que relembra toda a história do cinema analógico”, afirmou Cavi Borges.

Após a visitação presencial na exposição “Drops Cinematográficos”, Cavi Borges, o presidente Cesar Miranda e a jornalista do MIS Márcia Benazzi gravaram um podcast especial. O bate-papo circulou pela experiência do profissional, que tem mais de 300 produções, sendo algumas premiadas em festivais nacionais e internacionais, como o de Cannes, Berlim, Locarno e Rotterdam. O cineasta falou sobre a evolução do cinema, retratada na mostra inaugurada nesta quarta-feira, e sobre a importância do museu como instituição que preserva e, ao mesmo tempo, mantém viva a história da “sétima arte”.

Sobre a ampliação do acervo audiovisual do MIS RJ

No começo de fevereiro, o MIS RJ recebeu formalmente livros, DVDs e CDs que pertenceram ao ator, diretor e crítico de cinema José Wilker. O acervo, que dará origem à Coleção “Na Cabeça do Zé – Acervo José Wilker”, tem mais de 18 mil itens. Aproximadamente nove mil livros e 750 DVDs já foram catalogados.

O material se soma a outras preciosidades já preservadas pelo Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro relacionadas também ao universo do cinema. A Coleção Jurandyr Noronha (escritor, roteirista e diretor de cinema), reúne especialmente obras e documentos sobre a atriz e diretora de cinema Carmen Santos. Já a Coleção Salvyano Cavalcante, do crítico de cinema, escritor e jornalista, é composta, em sua maioria, por documentos de divulgação, de produtoras, sinopses e catálogos de festivais.

As visitas presenciais ao segundo piso da sede do MIS na Lapa, onde está montada a exposição “Drops Cinematográficos”, será feita por meio de agendamento. O processo é o mesmo do adotado para as pesquisas ao material salvaguardado pelo Museu da Imagem e do Som, equipamento vinculado à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Sececrj), que está à disposição do público e dos pesquisadores. Basta enviar e-mail para saladepesquisa@mis.rj.gov.br.

Cultura do Estado capacita artesãos durante ação em Tanguá

Postado por SECEC-RJ em 28/fev/2024 -

A cidade de Tanguá recebeu, nesta terça-feira (27/02), o primeiro encontro da caravana itinerante “Caminhos Criativos”. A ação, realizada pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (Sececrj), através da Escola da Cultura, tem como objetivo preparar os artesãos fluminenses para a convocatória da Rio Artes, que será realizada em março. Representantes das dez regiões serão escolhidos para compor a programação da 16ª edição da maior feira de artesanato da América Latina.

O encontro foi marcado por conversas, trocas de experiências e explicações sobre como participar da convocatória. Neste ano, a Sececrj disponibiliza aos artesãos fluminenses, mais uma vez, o estande mais democrático do evento, com um espaço de 187m² para exposição e área total de 504m², com tamanho duas vezes maior ao de 2023. A curadoria, já tradicional, será feita novamente pelo artista plástico Cocco Barçante, responsável pelo processo de capacitação dos artesãos durante os encontros nas cidades fluminenses.

“A ação Caminhos Criativos irá qualificar e valorizar as técnicas artesanais desenvolvidas no nosso estado, tendo como foco a importância da criatividade no desenvolvimento de produtos artesanais. A criatividade empreendedora proporciona novas oportunidades e, consequentemente, o aumento de renda para os artesãos e artesãs do estado do Rio de Janeiro”, explica Cocco Barçante.

A artesã Cristina Mannarino, de 66 anos, trabalha com técnicas de bordado e tira sua renda através de encomendas de enxovais, blusas e outras peças de vestuário. Ela elogiou a ação e espera participar da Rio Artes este ano como expositora.

“Toda ação que provoque e instigue o crescimento de um segmento é vital. O artesanato é um organismo vivo, que precisa ser alimentado com ideias novas e levado a descobrir caminhos ricos em diversidade. Em 2017, nosso grupo de artesãs foi à Rio Artes pela primeira vez para conhecer e desde então não paramos, foi um divisor de águas em nossas vidas. Agora, quero deixar de participar como visitante e ser pela integral do evento”, conta.

A caravana Caminhos Criativos segue com os encontros hoje, dessa vez na Baixada Litorânea, em Rio das Ostras, às 16h, no Teatro Municipal Joel Barcelos, Av. Amazonas s/ nº – Centro.

Estande Sececrj

O estande pode comportar objetos artesanais de diferentes tipos, como modelagem em argila, barro ou cerâmica, modelagem em biscuit, reaproveitamento de materiais, costura criativa, entalhe em madeira, trabalhos em cestaria, bordado livre e criativo, pintura manual, crochê, pintura em madeira, colagem e macramê.

“O artesanato cultural é uma importante ferramenta de fomento à economia criativa no estado. Ele carrega a tradição e a expressão cultural e social do Rio de Janeiro. Nossa intenção, ao ir até as regiões, ao interior, é chegar na ponta e dar oportunidade para que todos disputem, de forma igualitária, essa chance de participar gratuitamente da maior feira de artesanato da América Latina”, destaca a Secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Danielle Barros.

O link para inscrição na convocatória será divulgado no dia 15 de março, nas redes sociais e no site oficial da Sececrj. Os artesãos podem tirar dúvidas através do e-mail: rioartesmanuais@cultura.rj.gov.br.

Caminhos Criativos – Próximas datas

  • Região Serrana
    Petrópolis: 01/03, às 18h; Colégio Estadual Princesa Isabel, R. General Rondon, s/nº – Quitandinha
  • Região Noroeste
    Itaperuna: 04/03, às 17h; Rua Thomaz Teixeira dos Santos, 148 – Cidade Nova
  • Região Norte
    São João da Barra: 05/03, às 17h; Cine Teatro São João, R. Dr. Roberto Silveira – Centro
  • Região da Costa Verde
    Angra dos Reis: 11/03, às 17h; Teatro Municipal Dr. Câmara Torres, Praça Guarda Marinha Greenhalgh – Centro
  • Região do Médio Paraíba
    Barra do Piraí: 12/03, às 18h; Central Sport Club, Rua João Pessoa, 399 – Chácara Farani
  • Região Centro-Sul
    Miguel Pereira: 13/03, às 18h; Hotel Fazenda Montanhês, Estrada Manuel Guilherme Barbosa, 1050 – Pantanal
  • Baixada Fluminense
    Nova Iguaçu: 18/03, às 18h; Teatro Nova Iguaçu, Rua Coronel Bernardino de Melo, nº 1081 – Caonze. Ingressos online em: https://forms.office.com/r/5MaV5bZzZG

Sobre o evento

A 16ª edição da Rio Artes acontece entre os dias 24 e 28 de abril, no Centro de Convenções Expomag, na Cidade Nova – RJ. Com o tema “A Feira da Economia Criativa”, escolhido por meio de votação popular via internet, o evento deste ano terá como objetivo difundir o artesanato de raiz, valorizar a classe artística, mostrar o valor da economia criativa no estado e promover a capacitação técnica.

A organização do evento espera mais de 30 mil visitantes na edição deste ano, que terá, pela primeira vez, participação internacional, com a vinda de artesãos de Portugal. Desde 2008, mais de 330 mil pessoas prestigiaram a Rio Artes Manuais.

A Expomag fica localizada na Rua Beatriz Larragoiti Lucas, Cidade Nova – RJ. Ingressos e outras informações podem ser obtidas no site https://rioartesmanuais.com.br/.

Cultura do Estado inicia cadastro da capoeira nos 92 municípios fluminenses

Postado por SECEC-RJ em 22/fev/2024 -

Patrimônios culturais imateriais do Brasil, o ofício de Mestra e Mestre de Capoeira e a Roda de Capoeira serão oficialmente catalogados no estado do Rio de Janeiro. A iniciativa, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (Sececrj), será executada pelo Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (Inepac) e tem como objetivos levantar informações para construção de políticas públicas e garantir a salvaguarda dos bens culturais relacionados à prática.  

Através do cadastro, a Sececrj e o Inepac vão poder mapear a presença de capoeiristas nos 92 municípios fluminenses. O formulário de inscrição já está disponível para acesso.

“Essa ação demonstra que estamos atentos à gestão compartilhada que concorre a todos os entes quando se trata da salvaguarda do patrimônio cultural imaterial. A Roda de Capoeira e o Ofício de Mestra e Mestre de Capoeira são bens culturais de todos os cidadãos brasileiros, incluindo todos que habitam os 92 municípios do RJ, e nós, enquanto poder público, devemos cumprir com o papel de garantir que tais bens sejam protegidos”, ressalta Ana Cristina Carvalho, diretora do Inepac.

O cadastro servirá para que o Inepac e a Sececrj tenham um banco de informações sobre os capoeiristas para definir as melhores ações para promoção e valorização tanto do Mestre e Mestra, quanto das Rodas de Capoeira. O formulário está disponibilizado no link: https://forms.office.com/r/9vTs6uHTbg. É importante enviar todos os documentos comprobatórios para o e-mail capoeira@inepac.rj.gov.br. Só assim o cadastro será finalizado.

História de lutas e conquistas

Os primeiros registros da palavra “Capoeira” correspondem ao início do século XIX. Ela foi desenvolvida de maneiras distintas em cidades portuárias do Brasil Império, como o Rio de Janeiro, Salvador e Recife, e era, então, realizada em sua grande maioria por escravizados africanos de origem banto e, com algumas exceções, por membros do exército e da polícia.

Por muito tempo, a Capoeira sofreu preconceito e foi considerada uma luta violenta, sendo alvo de repressão policial e coibida em âmbito legal. Foram necessárias décadas de desconstrução e conscientização e, a partir de 1930 e 1940, a prática começa a livrar-se, aos poucos, desse estigma e começa a ser reconhecida como um saber genuinamente brasileiro.

A Roda de Capoeira e o Ofício de Mestre e Mestra de Capoeira foram registrados como bens culturais imateriais do Brasil em 2008, por indicação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, órgão do Ministério da Cultura (IPHAN/MinC).

Caravana itinerante vai capacitar artesãos em todas as regiões do estado

Postado por SECEC-RJ em 20/fev/2024 -

A partir desta sexta-feira (23/02), a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Sececrj) realiza uma caravana itinerante por todas as regiões que compõem o território fluminense. A ação, denominada “Caminhos Criativos”, tem como objetivo promover uma imersão sobre o artesanato cultural e preparar os artistas deste segmento para convocatória que será realizada em março. Representantes das dez regiões serão escolhidos para compor a programação da 16ª edição da Rio Artes – maior feira de artesanato da América Latina.

Neste ano, a Sececrj disponibiliza aos artesãos fluminenses, mais uma vez, o estande mais democrático do evento, com um espaço de 187m² para exposição e área total de 504m², com tamanho duas vezes maior ao de 2023. A curadoria, já tradicional, será feita novamente pelo artista plástico Cocco Barçante, que vai participar do processo de capacitação dos artesãos durante os encontros nas cidades fluminenses.

“O artesanato cultural é uma importante ferramenta de fomento à economia criativa no estado. Ele carrega a tradição e a expressão cultural e social do Rio de Janeiro. Nossa intenção, ao ir até as regiões, ao interior, é chegar na ponta e dar oportunidade para que todos disputem, de forma igualitária, essa chance de participar gratuitamente da maior feira de artesanato da América Latina”, destaca a Secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Danielle Barros.

O estande pode comportar objetos artesanais de diferentes tipos, como modelagem em argila, barro ou cerâmica, modelagem em biscuit, reaproveitamento de materiais, costura criativa, entalhe em madeira, trabalhos em cestaria, bordado livre e criativo, pintura manual, crochê, pintura em madeira, colagem e macramê.

“A ação Caminhos Criativos irá qualificar e valorizar as técnicas artesanais desenvolvidas no nosso estado, tendo como foco a importância da criatividade no desenvolvimento de produtos artesanais. A criatividade empreendedora proporciona novas oportunidades e, consequentemente, o aumento de renda para os artesãos e artesãs do estado do Rio de Janeiro”, explica Cocco Barçante.

O link para inscrição na convocatória será divulgado no dia 15 de março, nas redes sociais e no site oficial da Sececrj. Os artesãos podem tirar dúvidas através do e-mail: rioartesmanuais@cultura.rj.gov.br.

Caminhos Criativos – Caravana Itinerante

  • Baixada Fluminense
    Nova Iguaçu: 23/02, às 18h; Casa do Professor, Rua Ana Cardoso – Vila São Jorge
  • Região Leste Fluminense
    Tanguá: 27/02, às 18h; Centro Cultural Ana Maria Gac, Rua Ver. Manuel de Macedo, 1040 – Centro
  • Região das Baixadas Litorâneas
    Rio das Ostras: 28/02, às 16h; Teatro Municipal Joel Barcelos, Av. Amazonas s/ nº – Centro
  • Região Serrana
    Petrópolis: 01/03, às 18h; Colégio Estadual Princesa Isabel, R. General Rondon, s/nº – Quitandinha
  • Região Noroeste
    Itaperuna: 04/03, às 17h; Rua Thomaz Teixeira dos Santos, 148 – Cidade Nova
  • Região Norte
    São João da Barra: 05/03, às 17h; Cine Teatro São João, R. Dr. Roberto Silveira – Centro
  • Região da Costa Verde
    Angra dos Reis: 11/03, às 17h; Teatro Municipal Dr. Câmara Torres, Praça Guarda Marinha Greenhalgh – Centro
  • Região do Médio Paraíba
    Barra do Piraí: 12/03, às 18h; Central Sport Club, Rua João Pessoa, 399 – Chácara Farani
  • Região Centro-Sul
    Miguel Pereira: 13/03, às 18h; Hotel Fazenda Montanhês, Estrada Manuel Guilherme Barbosa, 1050 – Pantanal

Sobre o evento

A 16ª edição da Rio Artes acontece entre os dias 24 e 28 de abril, no Centro de Convenções Expomag, na Cidade Nova – RJ. Com o tema “A Feira da Economia Criativa”, escolhido por meio de votação popular via internet, o evento deste ano terá como objetivo difundir o artesanato de raiz, valorizar a classe artística, mostrar o valor da economia criativa no estado e promover a capacitação técnica.

A organização do evento espera mais de 30 mil visitantes na edição deste ano, que terá, pela primeira vez, participação internacional, com a vinda de artesãos de Portugal. Desde 2008, mais de 330 mil pessoas prestigiaram a Rio Artes Manuais.

A Expomag fica localizada na Rua Beatriz Larragoiti Lucas, Cidade Nova – RJ. Ingressos e outras informações podem ser obtidas no site https://rioartesmanuais.com.br/.

Podcast “Dois Dedos de Prosa” estreia com o samba de Nelson Sargento e Mário Lago

Postado por SECEC-RJ em 19/fev/2024 -

Estreia segunda(19/2), 15h, na Web Rádio MIS RJ, o podcast “Dois Dedos de Prosa”, reverenciando o samba e dois mestres, Nelson Sargento e Mário Lago. As gravações aconteceram no estúdio Chacrinha, sede Lapa, sob a batuta de Wander Lourenço, escritor, professor universitário e diretor de documentários, e da jornalista do museu, Márcia Benazzi, com as participações especiais de Agenor de Oliveira e Mariozinho Lago, embaladas por muitas histórias, músicas inesquecíveis, revelações e curiosidades sobre os compositores e o gênero musical que melhor representa o Brasil.

“Estamos felizes com mais esse projeto de valorização das nossas raízes, da nossa identidade cultural, tendo como fonte de pesquisa o acervo do MIS RJ, que salvaguarda mais de 50 mil itens sobre o samba e, também, pelas participações especiais do Agenor de Oliveira, Mariozinho Lago e Wander Lourenço! O Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro é a casa da Música Brasileira e a nossa missão é divulgar e compartilhar essas riquezas com o público, espero que os ouvintes da Web Rádio gostem”, afirmou o presidente Cesar Miranda Ribeiro.

Os três primeiros episódios, de segunda a quarta, são dedicados a Nelson Sargento, um ícone da história do samba. Compositor, cantor, artista plástico, escritor e ator, que nasceu no Rio de Janeiro em 1924, e recebeu o carinhoso apelido de “Filósofo do Samba”, marcou com o seu vozeirão grave interpretações antológicas. O podcast “Dois Dedos de Prosa” vai revelar um olhar diferenciado sobre Nelson Sargento, de quem conviveu muito próximo e compartilhou experiências únicas com o Mestre Mangueirense, do seu parceiro Agenor de Oliveira. Juntos, escreveram diversas composições, se apresentaram em diferentes palcos, viajaram o Brasil levando para o público espetáculos de música e poesia, e apresentaram o programa “Eles tem histórias para contar”, durante 10 anos, na Rádio Roquette Pinto. Agenor de Oliveira é cantor, compositor, violonista e produtor cultural do Selo “Olho do Tempo”. Trouxe para abrilhantar a prosa do MIS RJ o seu violão, transformando o bate papo em uma viagem musical emocionante, cantando à lapela canções compostas com o amigo e parceiro Nelson Sargento.

Os dois últimos episódios, quinta e sexta-feira, tem a marca de um artista genial, Mário Lago! Carioca da gema, nasceu no Rio de Janeiro em 1911, pertinho do MIS Lapa, na Rua do Resende. Foi advogado, poeta, radialista, escritor, autor teatral e ator. Compôs clássicos para o carnaval, músicas que cantamos até hoje, animando várias gerações, como “Ai! Que saudade da Amélia”, “Atire a primeira pedra” e “Aurora”. Mário Lago sempre foi versátil e criativo, compositor não só de sambas, mas também de choros, valsas, foxtrotes, samba-canção e samba-choro. Para o bate papo sobre esse incrível homem multimídia, seu filho, Mariozinho Lago, que também é poeta, compositor, mangueirense e tricolor, vai contar as histórias sobre o seu pai, desde a infância e adolescência sob a influência do avô Giuseppe Croccia, como as parcerias com Ataulfo Alves e Custódio Mesquita, além de cantar músicas e revelar curiosidades sobre a trajetória do grande sambista Mário Lago. Você, querido ouvinte, vai se encantar com essa prosa regada com muito bom humor e alto astral.

É importante ressaltar que o MIS RJ salvaguarda em diversas Coleções mais de 340 itens sobre Nelson Sargento, nos setores sonoro, textual, iconográfico, partituras e biblioteca, além da sua preciosa gravação para os “Depoimentos para a Posteridade”, em 7 de novembro de 1978, em que narrou a sua trajetória e cantou diversas músicas. Assim como Nelson Sargento, Mário Lago também registrou a sua história, seu depoimento para o MIS RJ aconteceu em 17 de fevereiro de 1992, cercado pelos amigos Artur Poerner, Sérgio Cabral, Albino Pinheiro, Luiz Carlos Saroldi, Jairo Severiano e Edson Brenner, além de muitos fãs que lotaram o auditório do museu na Praça XV para prestigiar o artista excepcional. Para acessar essa rica fonte de pesquisa, além de mais de 50 mil itens sobre o SAMBA, basta escrever um e-mail para o Centro de Pesquisa e Documentação Ricardo Cravo Albin, no endereço saladepesquisa@mis.rj.gov.bre agendar uma visita! O público, leitor, ouvinte e pesquisador vai se surpreender com tantas relíquias salvaguardadas no museu.

O MIS RJ integra a rede de equipamentos culturais do Governo do Estado e está vinculado à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Secec-RJ).

Trabalhos em bordado ocupam espaço de exposição na Biblioteca Parque Estadual

Postado por SECEC-RJ em 29/jan/2024 -

A Biblioteca Parque Estadual (BPE), no Centro – RJ, reabriu nesta segunda-feira (29/01) o espaço destinado a exposições, com foco na valorização da cultura fluminense. E para ocupar o local e estrear a temporada 2024, a mostra “Fios que Entrelaçam Histórias” reúne três ambientes diferentes e traz peças do projeto “Re-descobrindo o Brasil em fios: 200 anos de histórias e memórias bordadas”, vencedor do edital Retomada Cultural RJ 2, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Sececrj). A visitação fica aberta, gratuitamente, até o dia 1º de março, de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h.

“Estamos muito felizes de receber essa exposição, já que ela conta com peças que são fruto de um edital nosso. Ou seja, o ponto de partida foi dado nesta casa de cultura e, agora, o resultado final retorna até aqui para oferecer à população acesso gratuito a estas obras. Temos no bordado uma tradição que conta a história da cultura popular, das pessoas, regionalidades e singularidades. Então, nada melhor do que reabrir o nosso espaço de exposições com uma ação tão simbólica e democrática como essa”, destaca a subsecretária da Sececrj e diretora da Escola da Cultura, Cláudia Viana.

Idealizada pela Secretaria de Estado e Cultura e Economia Criativa e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a exposição é dividida em três partes: a primeira, “Re-descobrindo o Brasil em fios: 200 anos de histórias e memórias bordadas”, traz criações de artesãos de 28 municípios fluminenses, inspirados no Bicentenário da Independência Brasileira. O trabalho já percorreu as cidades de Resende, Valença, Três Rios, Rio das Flores e Teresópolis. Após sair do Rio de Janeiro, a mostra segue por Tanguá, Itaboraí, Búzios e Cabo Frio.

“Muitos bordados aqui presentes são referência a lugares que contam a história do Rio de Janeiro e reforçam os vínculos de pertencimento ao território habitado, como rios, montanhas, igrejas, estações de trem e casarões. Sendo assim, essa exposição cumpre um papel de criar pontes culturais entre os municípios fluminenses, entrelaçando suas memórias”, explica o professor de Antropologia da Uerj, Ricardo Gomes Lima, responsável pela curadoria da mostra junto a Marisa Silva.

Os outros dois ambientes da exposição são: “Um Bordado para Marielle”, que conta um pouco da história da vida e obra da socióloga, ativista e política brasileira Marielle Franco, e “Fios da Pequena África”, realizada por artesãos do Polo da Região Portuária, na Gamboa, também através do edital Retomada Cultural RJ 2.

Serviço – Exposição

Data de visitação: 29/01 a 1/03
Dias: segunda a sexta-feira
Horário: 10h às 16h
Local: Biblioteca Parque Estadual, Avenida Presidente Vargas, 1261, Centro
Curadores: Ricardo Gomes Lima e Marisa Silva
Realização: Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Fio às Cinco em Pontos e Polo da Região Portuária

Maior Conferência Estadual de Cultura da história do Rio de Janeiro se encerra

Postado por SECEC-RJ em 26/jan/2024 -

Após três dias de debates em prol da política cultural fluminense, a 5ª Conferência Estadual de Cultura do Rio de Janeiro chegou ao fim. No último dia de encontro, realizado nesta quinta-feira (25/01), na UERJ – Maracanã, foram eleitos os delegados que vão representar o estado na 4ª Conferência Nacional de Cultura, que acontecerá entre os dias 4 e 8 de março, em Brasília. O evento foi realizado pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (Sececrj).

“Foram três dias de intensa escuta e participação popular, com a sensação de dever cumprido. Entregamos uma das maiores conferências do país, garantindo logística, alimentação, acolhimento e sempre buscando o diálogo, nosso grande norte. Fica o sentimento de gratidão a cada pessoa envolvida neste processo”, afirma a secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Danielle Barros.

A abertura da Conferência Estadual de Cultura, na terça-feira, no Teatro Riachuelo – Lapa, contou com participação do Ministério da Cultura (MinC) e do Fórum de Secretários e apresentação da Orquestra Harmônicos de Conservatória, que atua com educação musical para crianças e jovens das comunidades do distrito de Valença, no Sul do Estado. A cantora Juliana acompanhou o grupo. Durante o dia, foi feita a leitura e aprovação do regimento interno, com participação ativa dos delegados estaduais, que destacaram suas ideias e propostas.

Os dois encontros seguintes aconteceram na UERJ. Primeiro, na quarta-feira, os grupos de trabalhos foram divididos, de acordo com os eixos e segmentos, para discutir os rumos da cultura fluminense. O bloco Loucura Suburbana ficou responsável pela apresentação artística do dia. Já na quinta-feira, os participantes debateram as propostas que serão levadas à Conferência Nacional e realizaram a eleição dos delegados que representarão o estado do Rio de Janeiro. O Jongo da Serrinha fechou as atividades com uma grande apresentação de música e dança.

Etapas do processo

Foram realizadas 65 conferências municipais no ano passado e 3 intermunicipais, com o objetivo de mobilizar agentes culturais em todo o Estado, resultando em mais de 90% de adesão dos municípios participando do processo inicial, um marco histórico para o Estado do Rio. Em dezembro, a primeira etapa, de forma on-line, foi realizada e contou com três dias de diálogos temáticos abertos ao público, com transmissão ao vivo pelo YouTube.

A etapa presencial recebeu mais de 700 profissionais da cultura e determinou as ações que serão realizadas pelos próximos dois anos. O evento traçou diretrizes para a criação de políticas públicas que beneficiem várias áreas no setor cultural, como literatura, teatro, circo, dança, artes visuais, música, cultura tradicional, popular e indígena, audiovisual, museu e patrimônio cultural. As demandas locais, definidas no evento, serão apresentadas na 4ª Conferência Nacional de Cultura, que será realizada em março, após 10 anos de hiato.

Vencedores de edital cultural do Governo do Estado lançam livro nesta sexta-feira

Postado por SECEC-RJ em 25/jan/2024 -

Repleto de diversidade e singularidades regionais, o livro “Contos RJ – Um Olhar Sobre o Amanhã” será lançado nesta sexta-feira (26/01), às 15h, na Biblioteca Parque Estadual – Centro. A obra é fruto do Concurso Cultural de Contos realizado pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Sececrj), por meio da Superintendência de Leitura e Conhecimento, e a Imprensa Oficial do Estado, e reúne textos de 20 autores fluminenses em um formato de antologia.

“Premiar a literatura é também agradecer aos escritores pela companhia que seus textos proporcionam aos que procuram refúgio nas páginas dos livros. Poder contemplar esse segmento tão importante, que nos abraça em vários momentos da nossa vida, é um orgulho muito grande. Os leitores irão se surpreender com a pluralidade, a diversidade e as singularidades de cada obra, além de confirmarem o porquê do Rio de Janeiro ser o Estado mais criativo do Brasil”, ressalta a secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa, Danielle Barros.

Danielle Barros durante o lançamento do edital Contos RJ

A chamada pública para seleção dos artistas foi realizada no primeiro semestre de 2023 e recebeu mais de 500 inscrições. Para atender de forma igualitária e democrática, foram selecionados dois candidatos de cada uma das dez regiões administrativas.

“Recebemos centenas de inscrições de todas as 10 regiões do Estado e, finalmente, iremos conhecer quem são os contos premiados e as pessoas por detrás dos textos. É muito importante perceber que essa iniciativa, de alguma forma, apresenta uma espécie de cartografia literária de todo o Rio de Janeiro, já que os 20 autores reunidos representam o Estado como um todo, através especificamente da qualidade de sua produção literária”, afirma o superintendente de Leitura e Conhecimento, Yke Leon. 

Os textos inéditos foram criados dentro da temática “Um Olhar Sobre o Amanhã”, na modalidade “Conto”. Em parceria com a PublishNews, os contemplados receberam premiação de mil reais, além do espaço para a publicação de seu texto na edição física do livro, que foi produzido pela Imprensa Oficial do Estado.

Produção do livro na sede da Imprensa Oficial do Rio de Janeiro

“Estamos entregando a materialização de sonhos e inspirações. Que o livro ‘Contos RJ- Um Olhar Sobre o Amanhã’ possa tocar e sensibilizar os leitores e também, incentivar ainda mais esses escritores tão talentosos. A Imprensa Oficial apoia a cultura e enaltece a literatura como instrumento de cidadania”, explica Patricia Damasceno, presidente da Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro.

O livro não será comercializado e ficará disponível para doação a instituições interessadas em adquiri-lo. O contato deve ser feito através do e-mail seb@cultura.rj.gov.br. Os livros também ficarão disponíveis aos leitores nas Bibliotecas Parque do Centro, Manguinhos e Rocinha. 

Serviço

Biblioteca Parque Estadual
Data: 26/01
Horário: 15h
Endereço: Avenida Presidente Vargas, 1261, Centro

Autores selecionados por regiões:

  • Metropolitana 1
    Roberto Cassano: “Reunião do Condomínio Ceres Park”
    Mari Velasco: “Cativeiros”
  • Metropolitana 2
    Claudia Cardoso (Mesquita): “Morena”
    Jonatan Magella (Nova Iguaçu): “Onipotência”
  • Metropolitana 3 
    José Carlos Garcia (Niterói): “Essa Tempestade é o que chamamos de progresso”
    Letícia Novo (Niterói): “Buscar no passado o que será do amanhã”
  • Noroeste
    Paulo Vitor Cultura (Cambuci): “O filho de um fio”
    Maycon Carvalho (Itaocara): “Esperança, União e Ação”
  • Norte
    Amélia Gonçalves (Macaé): “Viver no gerúndio tem sua beleza”
    Adriano Moura (Campos): “Cheiro de Passado”
  • Baixadas Litorâneas
    Maria Luiza Martins (Rio das Ostras): “A Floricultura”
    Luciana Cavalcanti (Saquarema): “A menina da bicicleta amarela e o bumerangue”
  • Serrana
    Marco Cortez (Guapimirim): “Esquecimento”
    Daniel Leite Lima (Carmo): “A Festa do Carmo”
  • Médio Paraíba
    Rodrigo Magalhães (Valença): “O Macróbio Histórico”
    Lukass Barbiere (Barra do Piraí): “Solilóquio do Inocente”
  • Centro-Sul
    Marcio Medeiros (Vassouras): “Uma carta ‘Ao Morador'”
    Mery Alentejo (Paty do Alferes): “Maio”
  • Costa Verde
    Ms Syrio (Angra dos Reis): “A extinção dos falsos humanos”
    Amanda Hadama (Angra dos Reis): “Não Conheci Marina”

Tom Jobim defende “brasilidade” da bossa nova em testemunho gravado na série Depoimentos para a Posteridade

Postado por SECEC-RJ em 25/jan/2024 -

“Eu venho aqui em defesa da bossa nova, dizer que a bossa nova é brasileira. Muito brasileira”, afirmou Antônio Carlos Jobim no dia 25 de agosto de 1967 ao participar da série histórica Depoimentos para a Posteridade, do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro. No dia 25 de janeiro é celebrado o nascimento de Tom Jobim (25/01/1927), e o Dia Nacional da Bossa Nova. Para marcar a data, o MIS RJ destaca trechos marcantes da entrevista exclusiva do cantor e compositor, que teve duração de três horas.

A afirmação de que a bossa nova é brasileira foi feita no momento em que Tom Jobim e os participantes da gravação (Vinicius de Moraes, Oscar Niemeyer, Raimundo Vanderlei, Dorival Caymmi e Chico Buarque, além de Ricardo Cravo Albin, diretor do MIS, à época) falavam sobre o surgimento do gênero musical que ficou conhecido no mundo todo. O tema em questão era a suposta influência exercida pelo jazz norte-americano na musicalidade “bossa novista”. Segundo Tom, se houve influência, ela foi inversa, ou seja, para o compositor, a bossa nova influenciou o jazz.

“Nós temos a atitude dos subdesenvolvidos em relação a essas coisas. Quer dizer, nós temos a atitude do ‘deixa para lá’. E eles, vamos dizer aí no caso dos Estados Unidos, têm a atitude do ‘venha a nós’, a atitude do rico”, afirmou Tom durante o depoimento, referindo-se a diferença de postura percebida por ele no momento em que a construção da narrativa sobre o surgimento do novo estilo musical acontecia, na década de 1950.

Frank Sinatra e Tom Jobim / Foto: Coleção MIS/Acervo MIS RJ

Na descrição de Tom Jobim, a bossa nova foi uma consequência da mudança de comportamento no cenário musical que, por conta da evolução tecnológica, passou a trabalhar mais com gravações. Segundo ele, a raiz da bossa nova é o samba, e a mudança nos acordes do violão, bem como a redução da quantidade de instrumentos usados na interpretação das canções (características do gênero musical que estava nascendo) tem origem, para além das questões comportamentais (de amigos que se reuniam em apartamentos para fazer música), na tendência dos artistas de frequentarem mais os estúdios.

O cantor e compositor ressaltou que havia uma necessidade de “limpeza”, da mudança do que ele chamava de “excesso de acompanhamento” (vários instrumentos sendo tocados ao mesmo, uma característica do samba) para um som mais “purificado”, o que era possível com o uso de apenas um violão.

As composições de Tom Jobim aliadas à poesia de Vinicius de Moraes estão entre os marcos do início da bossa nova. Uma delas é “Canção do Amor Demais”, que deu nome ao LP gravado por Elizeth Cardoso, em 1958. O MIS RJ salvaguarda fotos da cantora na ocasião do lançamento do disco. Somente o setor iconográfico do museu, que é responsável pela preservação e tratamento técnico de fotografias, negativos, cartazes, pinturas e álbuns impressos, reúne 171 itens relacionados a Tom Jobim.

No setor de partituras, uma raridade: a composição manuscrita da música “Serenata do Adeus” assinada pelo próprio autor, Tom Jobim, e que também fez parte do LP considerado um dos precursores da bossa nova. O MIS RJ salvaguarda 177 partituras ligadas ao cantor e compositor. Algumas músicas do álbum de Elizeth, como “Canção do Amor Demais” e “Por Toda a Minha Vida”, tiveram o acompanhamento do violão de João Gilberto. Um clássico exemplo do que queria dizer Tom sobre a “purificação do som”.

“O João chegou assim com… foi um refresco aquilo, né? Aquela coisa do João, e já naquele disco da Elizeth, ele mandou aquela brasa, aquele violão limpo dele, com aquele ritmo formidável e o negócio começou a mudar muito”, pontuou Tom Jobim em seu testemunho ao MIS, definindo João Gilberto como “um cara de uma musicalidade espantosa e de uma inteligência terrível”.

A participação de Tom Jobim na série Depoimentos para a Posteridade foi amplamente divulgada na imprensa, em especial, nos jornais impressos da época. Muitos registros estão salvaguardados no setor institucional do Museu da Imagem e do Som. O Correio da Manhã publicou, no dia 26 de agosto de 1967, a reportagem com o título “Tom defende bossa brasileira e ataca cultura secreta”. Na mesma data, o jornal O Globo registrou o depoimento com o título “Tom depôs no museu ajudado por Vinicius”, enquanto o Jornal do Brasil publicou a matéria “Depoimento de Tom teve muito uísque e histórias sobre Ipanema e Sinatra”.

Ricardo Cravo Albin e Tom Jobim conversam após o Depoimento para a Posteridade, em 1967 / Foto: Coleção MIS/Acervo MIS RJ

Sobre Tom Jobim

O cantor e compositor está entre os artistas brasileiros mais conceituados do mundo. Tom Jobim teve obras gravadas em diversos idiomas. Dentre as mais famosas está “Garota de Ipanema”, de 1962, que ganhou inúmeras versões e inspirou o filme com mesmo nome. Tom Jobim gravou discos nos Estados Unidos, sendo um deles com Frank Sinatra. Ganhou prêmios e fez parcerias de peso. Aos 40 anos, idade que tinha ao dar seu testemunho para o projeto do MIS RJ, destacou os nomes mais presentes no início de sua carreira.

O primeiro a ser citado é Newton Mendonça, parceiro profissional e amigo de infância das ruas do bairro de Ipanema (Tom nasceu na Tijuca e a família se mudou para a Zona Sul do Rio quando ele tinha apenas 1 ano). Em seu relato, Tom afirma que é preciso ter uma afinidade muito grande para formar uma parceria. Ele conta que a ligação entre ele e o amigo era tão forte que dispensava palavras para o processo criativo.

“(…) nunca nós comentamos isso, mas, ficou mais ou menos, a máquina nossa funcionava mais ou menos assim. Quer dizer, eu sentava no piano e ele pegava o caderno. O famoso caderno, aquele caderninho… e ele era um sujeito muito lúcido, muito informado, lia muito e zangado com o mundo, não é, Vinicius?”, disse Tom, pedindo a opinião de mais um parceiro essencial na carreira. Vinicius de Moraes, Tom e os entrevistadores lembraram dos sucessos “Desafinados”, “O Samba de uma nota só”, “Foi a noite” e “Meditação”, que nasceram da sinergia entre os dois gênios (Tom e Newton Mendonça) da música.

Durante o Depoimento para a Posteridade, Vinicius também falou sobre seu encantamento ao ouvir Tom tocar pelas primeiras vezes. A canção responsável por fazer os olhos de Vinicius de Moraes brilharem foi uma das parcerias com Newton Mendonça, que morreu ainda jovem, aos 30 anos, de enfarto.

“(…) me causou uma impressão muito grande. Quer dizer, era um som que me parecia um som diferente do que estava se fazendo. Compreende? Você tinha feito ‘Foi a Noite’, não tinha?”, questiona Vinicius, que recebe a resposta positiva de Tom. Na conversa, Tom também destaca sua admiração por Vinicius de Moraes, e revela que o observava durante as apresentações no Clube da Chave, em Copacabana. Ambos recordam ainda que se aproximaram após serem apresentados por Lúcio Rangel.

“(…) no início, nós fizemos, assim, uns três ou quatro sambas bem desajeitados, sabe? E eu me lembro que eu falava com o Vinicius: ‘Vinicius, vamos fazer mais desses ruins, que depois vai soltar, né?”, afirmou Tom na gravação exclusiva do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, de 1967, arrancando risos dos que estavam presentes.

O setor sonoro do MIS salvaguarda a contracapa do LP “Canção do Amor Demais”, gravado por Elizeth Cardoso, com dedicatória manuscrita de Vinícius de Moraes para Lúcio Rangel. O item faz parte da Coleção Lúcio Rangel.

Ao todo, o Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro possui 5.373 itens relacionados a Tom Jobim em seu acervo. Uma das raridades é o cartão de identificação dele como empregado da Rádio Club do Brasil na função de pianista. O documento está salvaguardado na Coleção Almirante. O MIS RJ preserva ainda fotos, livros, músicas, partituras, discos, entrevistas em áudio e vídeo, além de objetos que são verdadeiras preciosidades, algumas únicas, que mantêm viva a memória desse brasileiro ícone da música. O presidente da instituição, Cesar Miranda Ribeiro, destaca o compromisso e a satisfação em preservar materiais tão ricos e importantes para a cultura brasileira.

“Estamos falando de um dos artistas com maior projeção no mundo e parte da sua vida e obra está aqui, no Rio de Janeiro, no Museu da Imagem e do Som. Somente no setor sonoro, são 4.466 itens relacionados a Tom Jobim. A comemoração de hoje – Dia Nacional da Bossa Nova e aniversário de Tom Jobim – é muito especial para o MIS RJ, como entidade que possui o maior acervo de MPB do país e que prima pela cultura nacional”, destacou Cesar Miranda.

Todo o acervo do museu, equipamento vinculado à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Secec-RJ), está à disposição do público e dos pesquisadores. Para acessar o material basta enviar e-mail para saladepesquisa@mis.rj.gov.br e agendar uma visita ao Centro de Pesquisa e Documentação Ricardo Cravo Albin.

Sececrj abre consulta pública sobre a Lei Aldir Blanc

Postado por SECEC-RJ em 23/jan/2024 -

Alô, fazedor de cultura! Quer ajudar a construir o plano de aplicação de recursos da Lei Aldir Blanc no Estado do Rio de Janeiro? A Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa abriu consulta pública para compilar as demandas e necessidades da sociedade civil. O documento pode ser preenchido de forma on-line, entre os dias 29 de janeiro e 12 de fevereiro de 2024.

O levantamento vai ajudar a definir as características do público-alvo, como idade, região e segmento artístico de atuação. O processo de escuta segue a mesma linha adotada na construção da Lei Paulo Gustavo e atende um dos pilares da gestão, com foco na democratização do acesso e descentralização dos recursos da pasta.

Para execução da Lei 14399/2022, que institui a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, o Estado receberá aproximadamente R$ 104 milhões, que serão distribuídos mediante editais, chamadas públicas, prêmios, aquisição de bens e serviços vinculados ao setor cultural e outros instrumentos.

CONSULTA PÚBLICA ENCERRADA.