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Arquivo de setembro 08America/Sao_Paulo 2021

Projeto beneficiou mais de cem profissionais

Postado por SECEC-RJ em 08/set/2021 -

Rita Fernandes, presidente da liga Sebastiana, afirma que edital deu um “respiro” para profissionais do carnaval. Crédito: Gui Maia/SECECRJ

–  Qual é a importância do auxílio proporcionado pelo edital de carnaval da SECECRJ?

–  Esse e outros editais públicos são a única salvaguarda que temos para essa cadeia produtiva, que está parada desde o ano passado. É importante esclarecer para quem não acompanha o carnaval que os profissionais que atuam nos blocos ou outros grupos carnavalescos têm uma atuação intensa durante o ano todo e não só naqueles quatro dias oficiais de folia. São eventos corporativos, casamentos, ensaios, oficinas, apresentações diversas, escolha de samba, entre outros, que geram renda para eles e que foram suspensos. O carnaval em si, que começa cada vez mais cedo e está durando de janeiro a março, é para muitos a principal fonte de remuneração, mas não a única. São músicos, cantores, aderecistas, costureiras e muitos outros profissionais que precisam dessa ajuda vital.

–   Como essa verba está ajudando esses profissionais?

–  No caso da Sebastiana, o que procuramos fazer é esticar ao máximo a abrangência do nosso projeto de uma forma que pudéssemos realmente beneficiar da forma mais ampla possível essa cadeia produtiva. Por isso, em primeiro lugar optamos por realizar uma mesa de debates reunindo palestrantes ligados ao carnaval. Depois, na live de apresentação musical escolhemos fazer um evento que reunisse nove blocos e o Clube do Samba num evento só, para podermos produzir algo bem rigoroso em termos de qualidade e investindo numa produção caprichada. Se nos preocupássemos só com a apresentação musical do bloco, íamos deixar de fora parte dessa cadeia produtiva. Só no cenário, são uns dez profissionais. Como optamos por colocar fantasias em todos que vão se apresentar, estamos ajudando as costureiras da ONG Divinas Axilas, ligada ao bloco Suvaco do Cristo, que também tinham sido prejudicadas com a pandemia.

–  Há todo um pessoal de apoio para a produção ficar impecável, mas e com relação ao pessoal envolvido diretamente na parte musical?

–  Todos foram escolhidos criteriosamente. Chamamos o Paulão Sete Cordas para ser diretor musical, por ser envolvido com o carnaval e o samba. Chamamos os cantores profissionais Marina Iris e Moyseis Marques, que sempre concorrem em escolhas de samba. A apresentação foi da Aline Prado, que é apresentadora de TV e foi a porta-bandeira do Imprensa Que Eu Gamo durante 15 anos. Ela está dentro e vibra com o assunto. Além de uma boa turma de ritmistas. Chamamos também os nossos mestres de bateria Penha, Felipe e Felipão, personagens indispensáveis do carnaval. Em resumo, conseguimos contemplar muitas áreas de uma cadeia produtiva parada e foram mais de 100 pessoas envolvidas. É uma galera que está trabalhando e, por menor que seja o valor, é um dinheiro que vai ajudar, que dá um respiro nessa hora. É uma forma que a Sebastiana encontrou de beneficiar bastante gente e realizar algo bonito.

Rita Fernandes destaca participação de costureiras na produção da live. Crédito: Gui Maia/SECECRJ

–  E a participação de representantes de blocos de fora?

–  Chamamos o Clube do Samba porque alguns integrantes de blocos da Sebastiana enfrentavam problemas, até por conta da pandemia, e não puderam participar. O Clube é ligado ao Barbas e muito ligado à nossa história. Mas houve uma mesa de debate com representes de outros blocos. Chamamos o “Mulheres Rodadas”, o “Tambores de Olokun”, entre outros, por fazerem um trabalho muito importante. Essa foi uma conversa sobre a saúde, que ficou afetada. Muita gente está deprimida, com a paralisação do carnaval, das mortes, com os problemas familiares, solidão… O carnaval sempre foi um momento de catarse para a sociedade. É uma distensão de tudo que passamos o ano todo. Num momento de pandemia, de dor e morte, precisaríamos ainda mais disso e não tivemos. Por isso, o tema dessa segunda mesa.

–  E por todos esses motivos, como as pessoas vão se comportar no próximo carnaval?

–  Ninguém sabe dizer. É uma questão difícil porque envolve o comportamento do outro. Hoje, em setembro, a gente observa esse desejo desse encontro, desse toque, mas as pessoas ainda estão receosas. Tem muita água para rolar. Festas de fim de ano, Réveillon, verão e o comportamento pandêmico que temos que avaliar. Se a pandemia estiver sob controle, vai ser uma loucura, principalmente os mais jovens. Será o carnaval dos muito jovens, dos 13 aos 25 anos. Estão sem escola, sem festas, sem futebol, nada. Será o primeiro momento de extravasar. É uma questão que as autoridades, a mídia e os agentes públicos precisam se preocupar e até fazer campanhas para orientar. Já os mais velhos vão ficar um pouco mais cautelosos. Mas pode haver também o retorno de bailes em ambientes fechados com mais controle.

Presidente da Sebastiana diz que é cedo para prever comportamento de foliões no próximo carnaval, mas exagero de muito jovens preocupa. Crédito: Gui Maia/SECECRJ

–   Qual foi o maior desafio de transpor para uma apresentação online um evento essencialmente de rua?

–  Nossa filosofia é a democracia da rua, de ocupar esse espaço público. O carnaval quando é bloco acontece organicamente com aquilo que a cidade tem a oferecer na hora, como o Escravos da Mauá que absorve o pessoal local, com ala de pernas de pau, outra ala da Providência, e por aí vai. Num palco não é a mesma coisa, mas procuramos sintetizar da melhor forma possível. A Sebastiana escolheu fazer um passeio musical, que vem desde 1985 e chega aos anos 2000, através das músicas dos seus blocos. É o retrato dos 36 anos da Liga, numa ordem cronológica. Virou um acervo. Há o registro de pelo menos um samba representativo por bloco. Termina a live com um grande baile de carnaval. O objetivo é deixar as pessoas em casa bem animadas e sempre poderá ser visto.

Dedé Santana participa de bate-papo na Biblioteca Parque Estadual

Postado por SECEC-RJ em 03/set/2021 -

Dedé Santana participa de bate-papo na Biblioteca Parque Estadual ao lado de Fioravante Almeida. Crédito: Leonardo Ferraz/SECECRJ

“Eu até hoje agradeço muito ter pertencido a esse grupo Os Trapalhões. Até hoje encontro gente que começa a chorar de emoção quando me encontra pelas lembranças que guardam daqueles tempos”, contou Dedé Santana, num bate-papo realizado nesta sexta-feira (03) na Biblioteca Parque Estadual. No balanço que fez de sua carreira na sede da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, transmitido pelo YouTube, o ator, palhaço, diretor e roteirista também fez revelações. Como o sonho de realizar um projeto cultural gratuito para as crianças.


“Me lembro de quando eu trabalhava no circo, de ver muitas crianças entrarem sem pagar, às vezes passando por baixo da lona, porque não tinham como comprar ingresso. Por isso, tenho esse sonho de realizar esse projeto com entrada gratuita”, afirmou o ex-Trapalhão.

Dedé participou do grupo Os Trapalhões, que bateu vários recordes na TV e no cinema. Crédito: Leonardo Ferraz/SECECRJ


Seu sonho está prestes a ser realizado e está previsto para novembro essa ação cultural, em parceria com a Sececrj, que reunirá num espaço no Porto Maravilha, no Rio, circo, teatro e cinema, com gratuidade para estudantes. Os detalhes estão sendo guardados a sete chaves, mas o projeto tem tudo para ser mais um sucesso na carreira de 85 anos de Dedé.

No bate-papo, transmitido pelo canal da produtora FLO Arts e comandado pelo ator e produtor Fioravante Almeida, o artista contou que estreou nos palcos aos 3 meses.

“Entrei no palco com 3 meses no colo da minha mãe, para substituir um boneco, e com 7 anos já era palhaço. Já na nasci no circo”, disse ele.
Dedé revelou que teve várias funções no circo na infância e adolescência e também precisou trabalhar em várias profissões, como engraxate, verdureiro e mecânico.

“Só me arrependo de não ter lido mais”, admitiu o artista para a plateia formada por crianças.

Dedé contou que abandonou o circo para realizar o sonho de trabalhar com cinema e por isso trocou São Paulo pelo Rio com a cara e a coragem. Morou na Praia de Copacabana, sem teto, e estreou no teatro com muita insistência para substituir um ator. Sua primeira peça foi no antigo Teatro Follies, do bairro, e depois os convites não pararam.

Por acaso, também foi seu encontro com Renato Aragão, seu parceiro Didi dos Trapalhões, com quem começou a contracenar no antigo Teatro Recreio. A parceria durou décadas e foi responsável por recordes de audiência aos domingos na TV Globo, depois de passar pela Excelcior e a Record.

“Estávamos na Record de São Paulo quando eu disse: ‘Vamos botar um afro-descendente que vai agradar’ e convidamos o Mussum que era do conjunto Originais do Samba e meu amigo. Foi um sucesso”, contou.

A entrada do quarto integrante, o Zacarias, veio através de Renato. O mineiro também agradou de cara o público da TV. O quarteto acabou entrando para o Guinness, o Livro dos Recordes, por terem feito o programa de humor de maior duração da TV, com 35 anos de exibição.

Para as crianças, Dedé revelou que gostaria de ter estudado e lido mais na infância. Crédito: Leonardo Ferraz/SECECRJ

Dedé falou de sua grande satisfação de fazer cinema e de seus 63 longas, alguns como diretor. Sem pensar em parar de trabalhar, o artista ainda se dedica às redes sociais e recomenda às crianças que assistam aos seus antigos filmes e programas e que estudem muito.

“As crianças são o futuro do Brasil. Por isso, não deixem de estudar”, aconselhou.

Alerj aprova projeto que permite utilização de sobra da Lei Aldir Blanc

Postado por SECEC-RJ em 03/set/2021 -

Representantes da Sececrj tratam da reversão aos municípios com o Governo Federal. Crédito: Leonardo Ferraz/Sececrj

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou em sessão na última terça-feira (31/08) medida que permite a utilização dos recursos da Lei Aldir Blanc que restam na conta da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. O Projeto de Lei 4.691/2021, de autoria do Governo do Estado, altera tanto a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) quanto a Lei Orçamentária (LOA), possibilitando a repactuação para a liberação da verba emergencial voltada para atividades culturais. Com isso, os fazedores de cultura terão acesso a R$ 1.385.777,45 que estavam guardados em conta esperando normativas federais para uso.

O Poder Legislativo estadual autorizou com a aprovação do PL a abertura de crédito adicional especial, vinculado ao Fundo Estadual de Cultura (FEC), para ser possível a execução dos recursos que não foram empregados em 2020, no orçamento deste ano. A aplicação da verba está atrelada a ações voltadas para o setor cultural e dentro de um programa de trabalho específico para ações emergenciais.

A alteração foi necessária porque alguns municípios do estado que não aplicaram o total dos recursos recebidos no âmbito da Lei Aldir Blanc devolveram ao FEC o superávit, o que não estava previsto no atual Orçamento da Sececrj, responsável pelo fundo. Agora, essa verba será novamente destinada às cidades, que deverão elaborar editais próprios para beneficiar seus artistas e produtores.

Cerca de 67% da verba vão para os municípios de Campos de Goytacazes (R$ 606.804,88), São Francisco de Itabapoana (R$ 212.243,51), Rio Claro (R$ 75.657,05) e São José de Ubá (R$ 43.422,65). Eles tinham devolvido os valores ao FEC e têm direito agora à reversão. Outros R$ 447 mil serão empregados pela própria Secerj para atender a suplentes de seus editais da LAB.

Municípios que não devolveram suas sobras já estão em processo de elaboração de seus editais. Ao todo, serão aplicados nas atividades culturais este ano cerca de R$ 15 milhões oriundos de superávits das transferências feitas em 2020 não utilizadas.

Consulado do México e SECECRJ promovem oficina e concurso gastronômico na Lapa

Postado por SECEC-RJ em 02/set/2021 -

O chef e pesquisador mexicano Victor Fuentes ao lado do vencedor Silamar dos Santos Alves. Crédito: Gui Maia/SECECRJ

Concursos gastronômicos são sempre atrações emocionantes por conta do esmero dos concorrentes em busca pelos pratos perfeitos. Não foi diferente com a oficina “Gastronomia Mexicana – Patrimônio da Humanidade, herança de todas e de todos”, realizada no última segunda-feira (30/08) na Lapa, região central do Rio de Janeiro, que reuniu chefs especializados na cozinha desse país latino-americano. Após assistirem a aula ministrada pelo chef e pesquisador mexicano Victor Fuentes, profissionais fluminenses tiveram que elaborar seus pratos, que foram experimentados pelos jurados.

O evento foi promovido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro e o Consulado Geral do México na cidade, em parceria com a Escola Restaurante Reffetorio Gastromotiva, na Lapa, onde o encontro foi realizado.

“Sabemos o quanto o povo fluminense é criativo e aberto a influências culturais de todos os cantos do Brasil e do Mundo. É importante explorar essa vocação, mas preparar também os profissionais para conhecerem melhor as características originais da gastronomia de cada lugar, a começar pela mexicana. Estamos difundindo aperfeiçoamento e incrementando a economia do estado”, afirmou a secretária Danielle Barros.


O vencedor do concurso foi o chef do restaurante Chily, de Queimados, na Baixada Fluminense, Silamar dos Santos Alves, de 33 anos. Ele elogiou o aprendizado e contou que vai fazer até adaptações no seu cardápio após a oficina.


“Como somos brasileiros, foi importante conhecer mais da cozinha mexicana a partir dos ensinamentos de um chef de lá. Pesquiso bastante e estou procurando deixar um pouco de lado a linha texmex, que chegou através dos Estados Unidos, e valorizar mais as raízes do México. Foi muito bom ter participado”, declarou o chef.

O evento contou com a presença do Cônsul Geral Embaixador Héctor Humberto Vallezzi Zafra e do Cônsul de Cultura e Imprensa Adolfo Zepeda, representando o Consulado Geral do México no Rio de Janeiro. Já a SECECRJ foi representada pelo Chefe de Gabinete Windson Maciel e pela Assessora de Relações Internacionais Paula Lockmann Geerlings. Samantha Souza, Diretora da Gastromotiva Brasil, Lídia Melo, Assistente Social, e o chef Rodrigo Sardinha representaram o Reffetorio Gastromotiva.

A oficina teórica e prática foi ministrada pelo Chef e pesquisador Victor Fuentes. Na oficina foram apontados os fundamentos locais e migratórios da gastronomia mexicana e as alternativas de insumos locais para a produção de pratos tipicamente mexicanos. A oficina culminou com o concurso, que rendeu aos três primeiros colocados insumos provenientes do México. Os outros premiados, além de Silamar, foram premiados Fernando Rafael Esquivel Romero, de Teresópolis, e Darô Cardoso, do Talhado Bistrô, em Ipanema.

O júri foi composto pela consulesa adjunta Ana Luisa Vallejo, representando a comunidade mexicana no Rio, o cônsul Adolfo Zepeda, a Assessora da SECECRJ Paula Lockmann Geerlings e o próprio chef Victor Fuentes.

“Agradecemos a todas e todos os participantes do evento tanto cozinheiras e cozinheiros assim como as instituições que fizeram possível a oficina, desejando que assim que possível possamos compartilhar de novo uma experiência intercultural para seguirmos enriquecendo a nossa irmandade”, afirmou Victor Fuentes.

Projetos da Lei Aldir Blanc para museus deixam legados culturais

Postado por SECEC-RJ em 01/set/2021 -

Casa Scliar, de Cabo Frio, investiu na formação de artesãs que produzem em suas próprias casas. Crédito: Divulgação.

Museus fluminenses beneficiados por editais da Lei Aldir Blanc do Estado do Rio estão colhendo frutos da premiação emergencial, que estão indo além da ajuda necessária na pandemia. Projetos aprovados pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa no âmbito do auxílio geram legados para as instituições e para as comunidades em seu entorno. Mesmo afetadas pelas medidas de afastamento social, algumas instituições conseguiram vencer as dificuldades e até se reinventar nessa fase.

“Um dos desafios que a Secretaria enfrentou durante a elaboração dos editais e na execução da Lei Aldir Blanc foi o de abranger a maior diversidade possível de manifestações culturais e artísticas. Ficamos muito felizes em saber que instituições de caráter museológico foram não só contempladas, como estruturam ganhos permanentes através desse benefício de curto prazo”, afirmou a secretária Danielle Barros.

Um dos museus do estado premiados no ano passado e que continuam obtendo resultados desse auxílio é a Casa Museu Carlos Scliar, de Cabo Frio. O projeto da instituição conseguiu aliar as comemorações do centenário do artista que habitou o lugar com o trabalho junto ao quilombo de Baía Formosa. Mulheres da comunidade quilombola receberam capacitação para a produção de cerâmica e para a montagem de pequenas oficinas em casa.

O projeto gerou o documentário “Somos Divas na Luz do Candeeiro” (veja no link) e proporcionou às participantes, além do aprendizado, uma fonte de renda para suas famílias.

“Os recursos da Lei Aldir Blanc viabilizaram a incrementação do projeto com a instalação de equipamentos e ferramentas necessárias nas casas das seis quilombolas e a possibilidade de chegar até a fase de vitrificação, além das aulas de modelagem, pintura, queima e a precificação. O projeto passa a ter um corpo maior e finalizado de maneira completa, e viabiliza a manutenção da atividade porque além do curso foi possível montar essas pequenas oficinas na casa de cada uma”, explica a coordenadora Maria Cristina Ventura.

Museu de Favela, no Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, recuperou painéis e ganhou fôlego para novos projetos. Crédito: Divulgação.

O Museu de Favela, que compreende as áreas dos morros Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, na Zona Sul do Rio, também aproveitou a lei emergencial para dar uma guinada. A interrupção do tour guiado nas comunidades por conta da pandemia acarretou prejuízos para a entidade. No entanto, a verba da LAB proporcionou a realização de eventos e de um tour virtual, que ficou permanentemente na página do lugar no Facebook (o vídeo está disponível no link). O restauro de painéis do roteiro do museu a céu aberto também serviu de estímulo à volta por cima.

O ponto de cultura e terreiro de São Gonçalo Ẹgbẹ Ìlẹ̀ Ìya Omidayè Àṣẹ Obalayò utilizou o auxílio da LAB para criar um aplicativo que pretende deixar como legado um mapeamento da herança cultural africana tanto no estado quanto no país. O Igbá – Heranças Ancestrais, que também tem versão em inglês, já traz uma série de informações sobre essa cultura, como a indicação de locais referenciais para esses povos e seus descendentes e terreiros de religiões de matriz africana.

Aplicativo fará mapeamento da herança africana

A plataforma digital, disponível para os sistemas Androide e iOS, permite acesso colaborativo, pois as pessoas e instituições poderão cadastrar seus dados, o que proporcionará o mapeamento inédito dessa cultura no país. Inicialmente, será possível identificar terreiros, blocos afros, afoxés, baianas do acarajé e grupos de capoeira. A tecnologia tem sido aliada do espaço cultural, que também criou um tour virtual em 3D.

“Este é um aplicativo voltado para unir, organizar e dar visibilidade para todas e quaisquer culturas de povos e comunidades tradicionais de matriz africana”, afirma Arethuza Doria Pereira, responsável pelo projeto.

A superintendente de Museus da Sececrj, Lucienne Figueiredo, ressalta que a pandemia afetou drasticamente pequenos museus, mas a participação em editais tende a amenizar esses efeitos e também pode provocar mudanças positivas para as instituições.

“Profissionais de museus foram pegos de surpresa com o fechamento das portas no ano passado, mas estão aprendendo aos poucos que podem elaborar projetos culturais e até expor seus bastidores, o que pode gerar bastante interesse. Saber que esses projetos estão tendo efeito multiplicador e gerando legados é uma ótima notícia”, disse Lucienne.