Postado por SECEC-RJ em 01/out/2019 - Sem Comentários
Toda e qualquer manifestação cultural carrega em si os anseios e o desejo de expressar a marca registrada de uma comunidade. O carnaval de rua representa, nada mais, que a democracia das cores, credos e camadas sociais. Através dele, o povo, rico ou pobre, preto ou branco, se manifesta e deixa registrada a sua real identidade: a da alegria.
Os blocos de rua possuem um histórico de movimentação cultural muito forte e isto vem desde a luta dos negros contra a escravidão no século XIX. A necessidade coletiva de festejar ganhou corpo e o samba ganhou um verdadeiro companheiro em sua batalha pelo espaço democrático.
Das tradicionais marchinhas que fazem o cordão da Bola Preta arrastar milhares de pessoas de todas as idades, aos blocos technofunk embalados por ícones atuais, o carnaval de rua, eclético como sempre foi, resiste e mantém sua força em todos os municípios cariocas.
Carnaval de rua é manifestação democrática da cultura. É aquecimento da economia e, sobretudo, a perpetuação de uma tradição que não morre, seja na capital ou no interior do Estado.
O “improviso” é a forma democrática de expressar a espontaneidade e a alegria do folião e, é necessário entender que os blocos são traços já enraizados dentro da cultura do nosso povo.
Eles são um convite ao turismo local e internacional e, não obstante, à transformação. De forma bem humorada, o carnaval de rua rompe as barreiras e exala sua crítica social e política da maneira que só o brasileiro sabe fazer. Baderna? Não, cultura.
E, em sendo cultura, tem o nosso apoio e o nosso investimento. Abram alas para o carnaval passar porque a festa do povo é também a expressão das ideias cantadas em verso e prosa ecoadas pelos foliões da Banda de Ipanema, dos soldados do Sargento Pimenta ou dos índios do Cacique de Ramos.
Sigamos, com a incrível “baderna” organizada pelo centenário Cordão da Bola Preta, arrastando 1,5 milhões de pessoas pelas ruas do Centro do Rio de Janeiro e acreditando que cultura é movimento, comportamento e transformação; é agente impulsionador econômico e agregador social e não há melhor forma de manifestação popular que a espontânea.
No carnaval de rua ou nos desfiles das escolas de samba, viva a cultura.