São 4 dias de festa que resultam de 365 dias de investimento e muito trabalho
Por SECEC-RJ em 16/09/2019
Há muito se discute a questão das verbas públicas para o Carnaval. Se para uns a maior festa a céu aberto do planeta é um gasto, há quem defenda o evento como um grande investimento para o terceiro setor, principalmente no que se refere ao incremento do turismo e à imagem internacional do Rio de Janeiro.
Em números, o carnaval movimenta em 04 dias, quase que o montante de um semestre inteiro sem eventos dentro da cidade (dados da Fecomercio).
Fazendo um retrospecto de um passado recente, a festa rendeu ao Estado do Rio de Janeiro 912 milhões de dólares, pouco mais de 3 bilhões de reais, em 2017. A ocupação de hotéis chegou aos 99% e o comércio celebrou o aumento de vendas em quase 40%.
Para que se tenha uma ideia, o carnaval, naquele período, faturou mais do que dois eventos do Super Bowls, o evento esportivo mais rentável do mundo. Gasto ou investimento?
Investimento, esta é a palavra. O carnaval não é um simples evento que movimenta a cidade em fevereiro.
É uma indústria que opera 365 dias no ano, movimentando ao longo de todo o período, o comércio nacional e internacional, visto que muitos dos artigos empregados na confecção de fantasias são importados.
Ademais, é geração de emprego e em larga escala, não somente do ponto de vista da economia criativa, mas da mão de obra especializada.
Para que se produza um espetáculo deste porte, engenheiros, arquitetos, designers, cenógrafos, entre outros profissionais do setor acadêmico, trabalham lado a lado com costureiras, artesãos e escultores elevando a festa ao patamar de maior espetáculo da Terra.
Estamos falando em educação quando os enredos das escolas de samba, inclusive as mirins, levam ao público histórias e estórias muitas vezes desconhecidas?
Falamos em economia, quando o turista lota hotéis, restaurantes em todo o Estado e movimenta o comércio nas lojas.
Também podemos falar em difusão cultural, quando a comunidade se junta ao turista para cantar o samba-enredo.
Não menos importante, podemos dizer que esta festa é geração de emprego com responsabilidade social quando dá oportunidade aos trabalhadores de suas comunidades e aos artesãos de construírem um espetáculo que é, sobretudo, lazer.
Quando se fala em tirar dinheiro do carnaval, fala-se em diminuir oportunidade de emprego e de lazer dentro de comunidades.
Quando se deixa de investir em carnaval o impacto no comércio, na economia e no turismo são visíveis.
Se não há investimento, não há receita e, por conseguinte, a economia não gira.
Sem receita, as escolas de samba não conseguem dar sequência a seus projetos sociais, causando impacto negativo dentro das comunidades a que pertencem.
Sem projeto social, a ociosidade de crianças e jovens podem contribuir, inclusive, para o aumento da criminalidade, visto que muitas destas atividades operam no sentido de ocupar o tempo destes indivíduos em formação.
Carnaval é geração de empregos e oportunidades de trabalho em diferentes setores da economia, aumentando o movimento do comércio, estimulando o turismo e a formação de novos negócios.
Atualmente, a Marquês de Sapucaí não é somente o palco dos desfiles das escolas, o espaço tornou-se, nada mais nada menos, do que uma excelente opção para network e promoção do turismo na cidade.
O carnaval não traz lucro para a cidade ou para o Estado. Se há empregabilidade, há movimentação do comércio e a economia gira.
A falta de investimento reduziu a oferta de trabalho em até 60% para artesãos em todo o Estado.
Carnavais como o de Campos dos Goytacazes, Maricá, Niterói, Nilópolis, estagnaram e desempregaram centenas de profissionais.
O investimento do município para os desfiles da Marquês de Sapucaí foi de 70 milhões de reais em 2019. A subvenção para cada escola do Grupo Especial foi de 500 mil reais por escola, em um total de 14 agremiações.
Através da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa e por meio da Lei de incentivo fiscal, a LIGHT foi a única patrocinadora das escolas de samba com uma subvenção de R$15 milhões, sendo um milhão para cada agremiação do Grupo Especial (14 escolas de samba), além de um milhão para projeto organizado pela AESM-Rio ( Associação das Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro).