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Sala Cecília Meireles


Localizada no coração da Lapa, centro do Rio de Janeiro – num prédio que já foi hotel e cinema – e com mais de 60 anos de atividade, a Sala Cecília Meireles, um espaço da FUNARJ, é uma das casas de concerto mais tradicionais do Brasil e um importante espaço de formação e difusão da música de concerto, sendo reconhecida por sua acústica impecável, uma das melhores da América Latina.

O concerto inaugural – em dezembro de 1965, ano comemorativo do IV Centenário da Cidade, durante o governo de Carlos Lacerda – teve a participação de Maria Fernanda, filha de Cecília Meireles, que declamou textos da poeta ao lado de Paulo Padilha, acompanhada pelo violão de Jodacil Damasceno.

A homenagem póstuma a Cecília Meireles – com quem Lacerda havia trabalhando em 1929, no jornal Correio da Manhã – , dando seu nome ao novo espaço cultural da cidade, foi motivo de polêmica no meio cultural. Os críticos militantes Andrade Muricy e Renzo Massarani torciam pelo nome do padre José Maurício Nunes Garcia, importante compositor brasileiro do início do século XIX.

Por causa dessa polêmica, o poeta Walmir Ayala foi convidado para defender a musicalidade de Cecília no programa do concerto inaugural: “Poucos poetas em língua portuguesa dispuseram de tanta desenvoltura de um instrumento sonoro, como ela – raramente a palavra foi tanto harmonia, ritmo, afinamento. Seu verso nasceu para ser cantado (…) Um dos seus primeiros livros chama-se ‘Vaga Música’, um de seus últimos livros chama-se ‘Canções’.”

Em setembro de 1977, a Sala Cecília Meireles correu o risco de ser demolida pelo prefeito Marcos Tamoyo para a construção de vias de acesso ao bairro. Artistas e intelectuais se manifestaram contra a demolição – entre eles, o poeta Carlos Drummond de Andrade e o crítico de música e compositor Ronaldo Miranda, que viria a ser Diretor da Sala em duas ocasiões  O tombamento da Sala Cecília Meireles só ocorreu no dia 5 de setembro de 2005, feito pelo Conselho Estadual de Tombamento do Rio de Janeiro, numa ação conjunta dos governos estadual e municipal.

Em 2005, durante a celebração dos seus 40 anos, a Sala Cecília Meireles contou especialmente com a participação de Nelson Freire e Henrique Morelenbaum, que, entre outros artistas de prestígio, estiveram presentes na programação comemorativa. A efeméride foi marcada por encomendas e estreias de obras orquestrais e celebrada através da publicação do livro “Sala Cecília Meireles, 40 anos de Música”, de autoria de Clóvis Marques. A publicação resgata, em uma narrativa sensível e envolvente, a história da única casa de concertos dedicada à música de câmara do Rio de Janeiro.

Desde sua fundação, a Sala já foi administrada por jornalistas, compositores, pianistas e maestros, entre eles José Mauro Gonçalves, Jacques Klein, Myrian Dauelsberg, Peter Dauelsberg, Turíbio Santos, Lílian Barreto, Miguel Proença, Ronaldo Miranda, Ilze Trindade, Edino Krieger, Henrique Morelenbaum, Ayres de Andrade, Myrian Dauelsberg, Jean Louis Steuerman e João Guilherme Ripper. Adquiriu uma personalidade tão forte que logo passou a ser chamada, carinhosamente – e apenas – de “a Sala”.
Após extensa e cuidadosa reforma realizada entre 2010 e 2014, a Sala ganhou acessibilidade em seus três andares, através de elevadores e plataforma para pessoas com dificuldade de locomoção. Os banheiros, antes no subsolo, estão agora instalados em todos os andares, sempre com opção de atendimento a cadeirantes. A acústica, que já era muito boa, passou por uma pequena e necessária correção, tornando-se excepcional a partir do novo projeto do consultor José Augusto Nepomuceno. A marcenaria acústica da sala de espetáculos, com desenhos do artista plástico Angelo Venosa, foi produzida pela empresa irlandesa Woodfit Acoustics, enquanto a iluminação cênica e as portas acústicas metálicas vieram dos Estados Unidos.

A arquitetura de interiores e o mobiliário têm a assinatura de Tânia Chueke. Para não perder uma de suas principais marcas, foi preservado o painel modernista no fundo do palco, que deu origem também ao desenho da luminária do foyer. O artista plástico Marcos Chaves criou a instalação Dois Irmãos para esta área, que consiste em fotografias montadas através de uma estrutura de metal, em planos e volumes, que compõem juntas uma paisagem. 

Espaço Guiomar Novaes

O prédio anexo abriga o novo Espaço Guiomar Novaes, transformado em uma sala multiuso, com 200 lugares, cabine de som e luz, que pode servir para diferentes funções, desde auditório de palestras a camarim para orquestras; de ensaios de orquestras a recitais. O prédio anexo tem dois novos camarins, a administração e uma sala de estudo.

EndereçoLargo da Lapa, 47 – Centro, Rio de Janeiro – RJ, 20021-180

E-mail: artisticascm@hotmail.com

Telefoen: (21) 2332-9223