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Projeto qualificará museus fluminenses para fase pós-pandemia

Projeto HUB+ vai selecionar dez instituições para receber formação e qualificação para os novos desafios do setor


MUSEHUM – Museu das Comunicações e Humanidades do Oi Futuro, no Flamengo, servirá como um laboratório de práticas museológicas. Crédito: Gabi Carrera

Os museus do Estado do Rio têm até o dia 13 deste mês para se inscrever em programa de formação e qualificação que vai prepará-los para os novos desafios do setor, principalmente no cenário pós-pandemia. As regras de participação estão no edital do projeto HUB+, que proporcionará mentoria técnica, voltada para ampliação de acesso, inovação, dinamização, com foco em educação, acessibilidade e preservação de acervos. O projeto foi desenvolvido pelo Oi Futuro e a empresa Coeficiente Artístico, com o patrocínio da Oi e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio, através da Lei de Incentivo à Cultura.

Para se inscrever os interessados precisam acessar o site www.projetohubmais.com.br. Serão selecionados pelo HUB+ dez museus fluminenses para participarem de uma jornada de 12 meses de formação e mentorias técnicas, envolvendo diferentes metodologias e processos, de forma híbrida: presencial (dentro das medidas de segurança impostas pela pandemia) e online (por meio de plataformas digitais). Os resultados serão divulgados no dia 24 de maio.

Poderão participar do edital museus de todo Estado do Rio de Janeiro, desde que comprovada sua atuação com práticas museológicas no território fluminense. Poderão inscrever-se museus que busquem o aprofundamento e qualificação e formação no campo da educação, preservação e acessibilidades com reconhecida experiência. Serão consideradas todas as tipologias e a diversidade de museus para inscrição.

O presente edital busca a capilaridade de atendimento do Programa HUB+ junto ao território fluminense, e obedecerá como primeiro critério a proporcionalidade de territórios para seleção dos dez museus: 40% de museus selecionados pertencentes às regiões metropolitana 1, 2 e 3 e 60% de museus selecionados pertencentes às demais regiões territoriais do Estado do Rio. Os critérios técnicos serão: exposição de motivos do museu candidato, Iniciativas culturais realizadas e sua atuação em território.

A partir da realização do projeto, vão se consolidar iniciativas colaborativas e inovadoras que atuarão em rede com os museus selecionados e o MUSEHUM – Museu das Comunicações e Humanidades do Oi Futuro, no Flamengo, como um laboratório de práticas museológicas replicadas e compartilhadas com os diversos públicos envolvidos e interessados. Além da formação gratuita oferecida aos participantes, o programa terá uma plataforma digital criada para promover o diálogo entre os museus, viabilizando parcerias e formando assim uma rede integrada de instituições culturais em diferentes municípios do estado.

“Acredito  que  este  projeto  dará  aos  museus  fluminenses  a  possibilidade  de  dar  um  salto rumo  ao  futuro.  Todo  o  conhecimento  que  eles  reúnem  estará  assim  mais  acessível  às pessoas,  contribuindo  assim para  o  desenvolvimento  do  nosso  estado”,  ressalta  a secretária de  Estado  de  Cultura  e  Economia  Criativa,  Danielle Barros.

Museus buscam dialogar com as novas tecnologias para reforçar seu papel educacional e cultural. Crédito: Gabi Carrera

Serão realizados durante o ciclo do programa: 21 mentorias técnicas com profissionais especialistas no campo da preservação, educação e acessibilidades; 6 cursos a distância, em plataforma de ensino remoto, distribuídos em módulos temáticos e fóruns de discussão; 8 workshops online, em formato de vídeo-aulas com conteúdo acessível em Libras e audiodescrição e legendas em inglês; vivências compartilhadas e acesso a conteúdos exclusivos nas temáticas do programa e que estarão disponíveis via plataforma digital e em algumas ações presenciais de forma inteiramente gratuita.

De forma colaborativa e integrada, em uma dinâmica de rede, o programa busca a conexão com os acervos, patrimônio, memória e a diversidade cultural dos museus fluminenses.

O Estado do Rio possui 340 museus em seu território de diferentes tipologias e administrações, segundo dados do Cadastro Fluminense de Museus (CFM). Eles estão compreendem as áreas de educação, preservação e acessibilidade, temáticas alinhadas com a proposta do programa HUB+. No entanto, o conteúdo está disponível a museus do Brasil inteiro e para o público em geral.


“Dez museus do Estado do Rio de Janeiro serão selecionados, via edital, para participarem do programa em um ciclo de 12 meses de formação, qualificação, e inovação com foco em Educação, acessibilidade e preservação de acervos. Mas quem representa ou atua em museus fora do Estado do Rio ou é um público interessado nas temáticas do HUB+ também poderá participar. Ao longo do programa, através das redes criadas e do conteúdo disponibilizado na plataforma digital, mais pessoas e instituições poderão acessar o conteúdo gerado e participar de nossas formações como cursos, acesso a workshops e conteúdos digitais. O HUB+ é de todos, democrático e inclusivo”, explica Rafaela Zanete, coordenadora do projeto e gestora da Coeficiente Artístico.

Pesquisa

Pelo levantamento realizado de setembro a outubro de 2020, pela Superintendência de Museus da SECEC/RJ, sobre as atividades virtuais dos museus durante a pandemia, o relatório identificou que, dos 162 museus presentes na cidade do Rio de Janeiro, 71 instituições vêm atuando em programas e atividades digitais com caráter educativo cultural, o que corresponde a 43,8% dos museus. Outras 92 instituições, reduziram suas atividades nesse período, ou não desenvolveram programação virtual, o que corresponde a 56,2% dos museus.

Dados do ICOM – Conselho Internacional dos Museus no Brasil apontam que 52% das instituições estão adotando novas práticas de trabalho, combinando atividades presenciais e remotas. Ainda, segundo o estudo, 51,9% dos museus pretendem atuar no ambiente digital para se comunicar mais ativamente com seus públicos.

“O setor cultural foi duramente atingido pela pandemia e, mais que nunca, é preciso tecer redes de apoio às instituições e aos profissionais da área. O HUB+ é uma injeção de ânimo para que enfrentemos esse momento, sempre através da troca e do afeto”, acredita Roberto Guimarães, gerente executivo de cultura do Oi Futuro.