Unesco reconhece a região Sul do Estado do Rio de Janeiro como detentora de bens culturais e naturais importantes para a humanidade
O Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) concedeu, na manhã desta sexta-feira (05/07), em sessão em Baku, capital do Azerbaijão, o título de Patrimônio Cultural e Natural Mundial a Paraty e Ilha Grande.
A região ao Sul do Estado do Rio de Janeiro será a 22ª da lista de patrimônios mundiais da humanidade brasileiros, dos quais sete são naturais e 14 culturais. Dos mais de mil patrimônios mundiais reconhecidos pela Unesco, apenas 39 lugares no planeta são considerados sítios mistos.
A região eleita abrange o centro histórico de Paraty, já tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 1958, e as reservas da Mata Atlântica da Baía da Ilha Grande, como a Serra da Bocaina e a própria Ilha Grande, uma área de 149 mil hectares que inclui trechos no Estado de São Paulo.
A biodiversidade no local é riquíssima, compreendendo 36 espécies vegetais raras como a caixeta, também chamada de pau-paraíba, de onde é retirada uma madeira bastante maleável. Em relação à fauna, há registros de 150 espécies de mamíferos, como a onça-pintada e o muriqui, maior primata do continente americano, 27 espécies de répteis e 125 de anuros (sapos, rãs e pererecas). Na América Latina, é o primeiro sítio misto onde se encontra uma cultura viva – os demais, como Machu Picchu, no Peru, são sítios arqueológicos envoltos numa paisagem natural.
A cidade de Paraty, com seu conjunto arquitetônico histórico e suas diversas e vibrantes manifestações culturais, forma com a Ilha Grande um local de enorme apelo turístico, de trilhas, mirantes, cachoeiras e vistas impressionantes da Serra da Bocaina, e ainda o litoral, com praias selvagens, tudo cercado pelo verde da Mata Atlântica.
A projeção mundial do título de patrimônio misto inspira expectativas de maior cuidado na conservação ecológica e da herança urbana. Segundo o Iphan, o título da Unesco cria um compromisso internacional de preservação do local. Uma conquista digna de grande comemoração, depois de dez anos na fila de espera da Unesco, após a primeira tentativa de reconhecimento, com foco no título apenas de patrimônio cultural, ter falhado em 2009.
1980 – A Cidade Histórica de Ouro Preto, Minas Gerais
1982 – O Centro Histórico de Olinda, Pernambuco
1983 – As Missões Jesuíticas Guarani, Ruínas de São Miguel das Missões, Rio Grande de Sul e Argentina
1985 – O Centro Histórico de Salvador, Bahia
1985 – O Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo, Minas Gerais
1987 – O Plano Piloto de Brasília, Distrito Federal
1991 – O Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, Piauí
1997 – O Centro Histórico de São Luís do Maranhão
1999 – Centro Histórico da Cidade de Diamantina, Minas Gerais
2001 – Centro Histórico da Cidade de Goiás
2010 – Praça de São Francisco, na cidade de São Cristóvão, Sergipe
2012 – Rio de Janeiro, paisagens cariocas entre a montanha e o mar
2016 – Conjunto Moderno da Pampulha
2017 – Sítio Arqueológico Cais do Valongo
2019 – Paraty e Ilha Grande – primeiro sítio misto
1986 – Parque Nacional de Iguaçu, em Foz do Iguaçu, Paraná e Argentina
1999 – Mata Atlântica – Reservas do Sudeste, São Paulo e Paraná
1999 – Costa do Descobrimento – Reservas da Mata Atlântica, Bahia e Espírito Santo
2000 – Complexo de Áreas Protegidas da Amazônia Central
2000 – Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
2001 – Áreas protegidas do Cerrado: Chapada dos Veadeiros e Parque Nacional das Emas, Goiás
2001 – Ilhas Atlânticas Brasileiras: Reservas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas