Obra de Philip Glass, sobre o filme homônimo de Jean Cocteau, é uma parábola da vida do artista
Escrita por um dos mais influentes artistas do fim do século XX, Philip Glass, conhecido por seu estilo minimalista, a ópera “Orphée” foi composta tendo por base o famoso filme homônimo, dirigido por Jean Cocteau em 1950. Glass não só musicou como também escreveu o libreto, tirado diretamente do roteiro cinematográfico, numa versão fiel ao desenrolar do filme “Orphée”.
Dessa adaptação para os palcos, em dois atos e 18 cenas, surgiu uma obra singular, que captou das telas o clima onírico e surrealista de Cocteau. Na versão de Glass, que estreou em 1993 no American Repertory Theatre, em Massachusetts (EUA), o mito grego de Orfeu é usado para contar a parábola da vida de um artista e do poder da arte.
Orphée é um poeta hostilizado e mal compreendido: apesar do talento e sucesso, é ridicularizado por seus pares, rejeição que nele provoca um isolamento devastador. Depois que recupera sua força emocional, Orphée se sente capaz de superar as dificuldades da vida cotidiana e se liberta para ser o poeta que sempre quis.
Como no filme de Jean Cocteau, o Orphée da ópera de Glass busca sua mulher no mundo dos mortos e retorna com ela para a vida de antes: o amor triunfa e o casal permanece junto, sem nenhuma lembrança do tempo incomum que vivenciaram naquele misterioso reino que separa os dois mundos, os dos mortos e dos vivos.
Primeira ópera da Trilogia Cocteau, “Orphée” teve sua première europeia em Londres, em 2005, no teatro Linbury da Royal Opera House. Em 2007, foi encenada no Linz State Theatre, na Áustria; ainda no mesmo ano, no Glimmerglass Festival, em Otsego Lake, nos EUA.
Desse ano em diante, todas as montagens foram nos EUA. Em 2009, na Portland Opera, no estado do Óregon; em 2011, no Herbst Theatre , em San Francisco; e, no ano seguinte, no Centro de Artes de Fairfax, na Virgínia.
Esta montagem carioca, em sua estreia na América Latina, com cinco récitas programadas, tem o Patrocínio Ouro da Petrobras. A direção-geral é de Felipe Hirsch, direção de arte de Daniela Thomas e Felipe Tassara e iluminação de Beto Bruel. O barítono Leonardo Neiva interpretará o papel-título, acompanhado de grande elenco, solistas e da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal. A direção musical e regência são de Priscila Bomfim.
Segundo o diretor artístico André Heller-Lopes, “o Rio de Janeiro tem, historicamente, a tradição de ser o palco da estreia latino-americana de muitos títulos importantes; basta lembrar que fomos a terceira cidade do mundo a ouvir a ópera ‘Ernani’, de Verdi.
Ao encenar pela primeira vez na América Latina uma obra tão hipnotizante como o ‘Orphée’, de Glass, o Theatro Municipal reafirma seu lugar de protagonismo em primeiras audições nacionais, como foi ao longo de todos seus 110 anos de história. Depois dos heróis de Côndor, Hoffmann e Fausto, é a ópera do nosso tempo que solta sua voz através do mito de Orfeu”.
“Orphée” também contará com a participação especial de artistas do Ballet do Theatro Municipal, numa linguagem dança-teatro, na qual os bailarinos fazem um contraponto dramatúrgico aos principais personagens da ópera – dentre eles sete bailarinos veteranos, que emprestam a maturidade de seus corpos e de sua arte à narrativa dramática, numa iniciativa do TMRJ de desafio de limites e de inclusão. A primeira solista do Ballet do Theatro Municipal Priscila Albuquerque faz a direção de movimento desse elenco, que conta com nomes de referência do balé nacional como Áurea Hammerli e Francisco Timbó.
Elenco
Orphée – Leonardo Neiva
Princesa – Carla Caramujo
Euridice – Ludmilla Bauerfeldt
Heurtebise – Giovanni Tristacci
Cégeste – Geilson Santos *
Aglaonice – Lara Cavalcanti *
Juiz/Poeta – Murilo Neves
Reporter/Glazier – Ivan Jorgensen*
Comissário/Policial – Patrick Oliveira *
(*solistas do TMRJ)
Orquestra Sinfônica do TMRJ
Direção musical e Regência – Priscila Bomfim
Direção Geral – Felipe Hirsch
Direção de Arte – Daniela Thomas e Felipe Tassara
Iluminação – Beto Bruel
Figurinos – Marcelo Pies
Participação especial do Ballet do Theatro Municipal, com direção de movimento da primeira solista Priscila Albuquerque
25, 26, 29 e 31/10 às 20h00
27/10 às 17h00
Frisas e camarotes – R$ 600,00
Plateia e balcão nobre – R$ 100,00
Balcão superior – R$ 70,00
Balcão superior lateral – R$40,00
Galeria – R$40,00
Galeria lateral – R$ 20,00
Theatro Municipal do Rio de Janeiro – Praça Floriano s/n° – Centro
Lotação – 2.226 lugares
Duração total do espetáculo – 1h40
Ingressos na bilheteria ou no Ingresso Rápido
Patrocínio Ouro Petrobras
Apoio: Livraria da Travessa, Rádio MEC, Rádio SulAmérica Paradiso, 94.1 FM e Ingresso Rápido
Realização: Fundação Teatro Municipal, Associação de Amigos do Theatro Municipal, Secretaria Especial de Cultura, Ministério da Cidadania e Governo Federal
“O Theatro Municipal é vinculado à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro”.