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O que você não sabia sobre o Corpo Artístico do Theatro Municipal

Parte da Instituição, o Corpo Artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro mantem seu prestígio e compromisso com as artes há mais de 100 anos


Apesar do seu nome, o Theatro não pertence ao Município e sim, ao Estado do Rio de Janeiro. Atualmente, é um dos Equipamentos Culturais da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, e está sob a direção da Fundação Teatro Municipal.

O Theatro Municipal, atualmente com 2.226 lugares, é considerado a principal casa de espetáculo do Brasil e uma das mais importantes da América do Sul. Ao longo de pouco mais de um século, a casa tem recebido em seus palcos grandes artistas internacionais e os principais nomes da cultura brasileira, representantes da dança, música, ópera e artes cênicas.

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Theatro Municipal, 2019

Corpo artístico próprio

Desde a décado de 30, o Theatro Municipal se preocupa em manter seu próprio corpo artístico. Hoje, é a única instituição cultural brasileira a manter, simultaneamente, um Coro, uma Orquestra Sinfônica e uma companhia de Ballet, responsáveis pela realização das temporadas artísticas oficiais.

Coro

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O Coro do Theatro Municipal foi criado em 1931, mas sua organização efetiva só ocorreu a partir de 1933, após a nomeação de Santiago Guerra, seu primeiro maestro titular, durante a ópera Andrea Chénier.

Muitos nomes influentes já passaram pela direção do Coro. No período em que o maestro Andrés Máspero foi nomeado titular, entre 1978 a 1982, o Coro do Theatro Municipal do Rio de Janeiro foi considerado um dos melhores do mundo em seu gênero pela revista Ópera News.

O Coro do Theatro Municipal participa das óperas nas temporadas líricas, assim como de concertos sinfônicos e ballets. Desde sua criação já cantou em mais de uma centena de produções de óperas, desde Orfeo de Monteverdi até títulos de compositores brasileiros.

Em suas atuações cênicas, o Coro já foi dirigido por nomes como Franco Zefirelli, Lamberto Puggelli, Wolf Siegfried Wagner, Hugo de Anna, Gianni Rato, Adolfo Celli, Oscar Figueroa, Margarita Wallmann, Sonja Frissell, Werner Herzog, Sérgio Brito e Gerald Thomas.

Para as apresentações com a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal, ou com outras orquestras para as quais é constantemente convidado, possui um vasto repertório, que vai desde o Barroco até a produção contemporânea.

Orquestra Sinfônica

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Em 1931, o mesmo decreto que criou o Coro, determinou também a criação da Orquestra do Theatro Municipal. Para isto, o então Prefeito do Distrito Federal, Adolfo Bergamini, organizou uma comissão formada por dois professores do Instituto Nacional de Música, os maestros Luciano Gallet e Francisco Braga, e dois italianos residentes na cidade, os maestros Silvio Piergili e Salvatore Ruberti, a quem encomendou o projeto para a criação da orquestra.

Com os músicos recrutados através de concurso, em 05 de setembro de 1931 a OSTM fazia seu primeiro concerto, tendo como solista o tenor Tito Schipa, sob a regência de Francisco Braga, que se tornou seu primeiro maestro titular. Em 1934, o prefeito Pedro Ernesto determinou um acréscimo no número de seus elementos de modo a proporcionar um maior rendimento artístico e a abordagem de repertórios mais complexos.

Ao longo de sua trajetória a OSTM não só se dedicou ao repertório lírico e de ballets, como também ao sinfônico, realizando concertos no Theatro Municipal, Sala Cecília Meireles, Teatro João Caetano e Museu de Arte Moderna, dentre outros espaços.

Desenvolve importante ação cultural apresentando-se para um público muito amplo e diversificado em inúmeras cidades do Estado do Rio de Janeiro, tendo participado também de eventos como os Festivais de Música da Guanabara, o Festival Villa-Lobos, a Bienal de Música Brasileira Contemporânea e o Projeto Aquarius. Realizou também inúmeras estreias de obras dos principais compositores brasileiros, muitas vezes sob a direção dos próprios autores.

Alguns dos maiores nomes da regência têm dirigido a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal. Atualmente a Orquestra possui um quadro de 114 instrumentistas, sendo 76 músicos efetivos e os demais contratados de acordo com o repertório a ser apresentado.

Ballet

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A história do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro começa em 1927, quando a bailarina Maria Olenewa fundou a primeira escola de dança do Brasil, sediada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Olenewa, integrante da Companhia de Bailados de Leonide Massine, que lecionou na Escola de Danças do Teatro Colón de Buenos Aires e dançou no Brasil em 1921, fixou residência no Rio de Janeiro. Animada com as aulas particulares de ballet que ministrava na cidade, tomou a iniciativa de propor a criação da Escola de Dança, dando início à formação de bailarinos para integrar um futuro Corpo de Baile.

Inicialmente, Corpo de Baile e Escola de Dança se fundiam numa única estrutura na apresentação de espetáculos, até que, em 1936, foi oficialmente criado o Corpo de Baile com a separação definitiva entre escola e companhia profissional.  A partir de então, o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro vem cultivando um extenso repertório, baseado nos grandes títulos clássicos de todos os tempos e a produção contemporânea. Ao longo de sua existência foi dirigido por grandes nomes da dança e contou com a colaboração de coreógrafos de prestígio internacional.