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No Dia do Circo, artistas celebram tradição e modernidade

No Dia do Circo, companhias celebram tradição e modernidade


Atividade procura conciliar atrações antigas com inovações para se adaptar aos novos tempos

Jonathan Cericola, do Saltimbanco, vive palhaço desde criança. Crédito: Divulgação

O Dia do Circo, comemorado nacionalmente todo 27 de março, é uma homenagem ao palhaço Piolin. O nome artístico foi utilizado pelo paulista Abelardo Pinto (1897-1973), que dedicou a vida inteira aos picadeiros. A data foi escolhida por ser seu dia de nascimento e vem sendo marcada para valorizar todos os profissionais dessa atividade cultural.


Os primórdios da tradição circense remontam ao período da Antiguidade e formato parecido com o que conhecemos atualmente já existia no Império Romano. Tamanha tradição não impede que o circo venha se modificando e incorporando recursos modernos. Que o digam grupos que atuam no Rio de Janeiro.


Apesar das dificuldades enfrentadas por conta da pandemia, as companhias vêm lutando para manter sua coesão. A Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa apoiou 17 grupos circenses no âmbito da Lei Aldir Blanc. Um dos beneficiados foi o Estoril, que apresenta espetáculo neste fim de semana em Magé, na Baixada Fluminense (Estrada do Contorno, na altura do km 41).


A companhia conta com um total de 62 pessoas, entre artistas e equipe de produção. As famílias que vivem dessa atividade encantadora passaram por dificuldades no ano passado, por conta do isolamento social e a proibição dos espetáculos, mas a ajuda apareceu por diversos caminhos, impedindo a descontinuidade de um trabalho de gerações.


Nivaldo Júnior, que comanda a trupe, herdou suas habilidades circenses da família portuguesa, que emigrou de Portugal para o Brasil no fim do século XIX. O Estoril já percorreu todos os estados brasileiros e até parte da América Latina, levando atrações tradicionais como palhaços, malabaristas e contorcionistas. No entanto, vem se destacando cada vez mais com números modernos, como os de ilusionismo.


“Fazemos aparecer um helicóptero. Pelo ilusionismo, um carro vira robô e até lançamos um homem-bala a 15 metros de altura. As crianças adoram mas na realidade os pais e avós vibram ainda mais”, conta Nivaldo Júnior.

Circos buscam modernidade

A modernidade também tem sido buscada pelo Saltimbanco. Apesar de ser especializado em apresentações clássicas, o circo vem inovando para se adaptar à internet. Os números são gravados e exibidos em redes sociais ou transmitidos através de lives. Por conta do agravamento da Covid-19, suas próximas apresentações foram canceladas, tanto no Rio quanto em Niterói, mas o público pode acompanhar a trupe através do Facebook e Instagram, através do perfil @circoteatrosaltimbanco.


“A internet virou nosso picadeiro. Ainda estamos nos aperfeiçoando nas filmagens, transmissões e precisamos aumentar o número de seguidores. Mas é um caminho sem volta. Mesmo quando tudo estiver normalizado, essa tecnologia vai nos acompanhar para sempre”, afirma Jonathan Cericola, palhaço e diretor do Saltimbanco, que comanda trupe de oito artistas.


Como em muitos circos brasileiros, no Saltimbanco os artistas também assumem parte da produção. Além da versatilidade, a dedicação e o amor ao picadeiro fazem com que essa tradição nunca morra.