Mostras na Casa Roberto Marinho e no Museu de Arte do Rio exibem obras do rico acervo abrigado em Niterói
Por SECEC-RJ em 08/07/2019
Uma das obras de maior destaque da exposição “O Rio dos Navegantes”, em cartaz no MAR, Museu de Arte do Rio, é o painel de Carybé “Embarcações com índios”, composto por 12 peças a óleo sobre madeira. Devido à sua grandiosidade, o quadro figurou na capa do convite da mostra.
Na abertura de “Djanira: a memória do seu povo” (27/06), na Casa Roberto Marinho, a tela “Ciranda” chamou a atenção dos cariocas por retratar um tema caro à obra da pintora, os folguedos infantis.
Em comum, o Carybé e a Djanira têm entre si o fato de pertencerem ao acervo do Museu do Ingá, também conhecido como Museu de História e Arte do Estado do Rio de Janeiro – MHAERJ, equipamento da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa que ainda não tem reconhecimento público à altura da importância do seu acervo.
Localizado no antigo Palácio Nilo Peçanha, no bairro do Ingá, em Niterói, o Museu do Ingá possui nada menos do que 5.339 itens de acervo museológico, além de 5.539 documentos arquivísticos. Isso sem falar na Coleção Banerj, uma das maiores coleções públicas de arte no país, um riquíssimo patrimônio constituído por quadros, gravuras, desenhos e esculturas dos principais nomes do Modernismo, artistas como Portinari, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Cícero Dias, Emeric Marcier e Guignard, entre outros.
Essas obras de arte foram adquiridas pela galeria do Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj) desde a sua abertura, em 1965, até a privatização do banco, em 1996. Em 1998, a coleção passou a ser administrada pela Secretaria de Estado de Cultura, sob a guarda do Museu do Ingá.
Além dessa herança do Banerj, o acervo ainda conta com sete outras: a Coleção de Arte Popular, oriunda do antigo Museu de Artes e Tradições Populares; a Coleção Ernani do Amaral Peixoto, de itens do antigo governador do Estado do Rio; a Coleção Lucílio de Albuquerque, de obras desse artista plástico brasileiro; Coleção Corrêa Lima; Coleção Aroldo Barroso; Coleção de História e Artes; e Coleção Palácio Nilo Peçanha, com mobiliário porcelana, cristais, numismática, documentos, fotografias, esculturas e pinturas da época em que o palácio foi sede do governo fluminense.
Atualmente, o Museu do Ingá está com a exposição de longa duração “Terras Fluminenses” com acervo de três museus do Estado do Rio de Janeiro, entre eles o Museu Antônio Parreira, com 25 telas, o Museu da Marquesa de Santos, com 15, e o próprio Museu do Ingá, com 25.
Em maio, o Museu do Ingá inaugurou o primeiro espaço multissensorial dos museus do Estado do Rio de Janeiro. A sala “Experiências do Olhar” é dirigida, principalmente, para as pessoas com perda parcial ou total da visão. A tela escolhida para abrir a mostra foi uma obra do pintor Cícero Dias, “Visão Carioca”.
É possível sentir os cheiros, sons e sensações provocados pelo painel de oito metros de comprimento, experiência que vem encantando a todos que visitam esse belo prédio com história própria, sede do governo do Estado do Rio de Janeiro de 1904 a 1975.