O Diário Cultural de hoje vai focar nas histórias e belezas do Rio de Janeiro, passando pelos bens materiais e imateriais que ajudaram a construir as nossas tradições. A trajetória de 2022 foi repleta de atividades em belos museus, ações de vistorias a monumentos e fortalecimento da cultura em território fluminense.
Buscando garantir a preservação e salvaguarda dos bens tombados, o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) realizou 923 vistorias nos últimos 12 meses, atendendo todas as regiões do Rio de Janeiro. Logo no início do ano, em fevereiro e março, Petrópolis foi atingida por fortes chuvas. Apenas na cidade, foram feitas 500 vistorias para averiguar os impactos sofridos e avaliar os danos causados pelo desastre natural, bem como atuar no resgate da autoestima da população, principal atingida pelas chuvas.
Apesar do início conturbado, o ano também foi de boas notícias. Foram realizados cinco tombamentos de bens materiais, em São Gonçalo (1), Três Rios (1), Cambuci (1) e Rio de Janeiro (2), e mais dois restauros: Largo do Boticário e Painéis de Di Cavalcantti, ambos na capital. Outros 19 processos de registro de bens imateriais foram abertos, possibilitando o início do processo de acautelamento.
“O tombamento preserva não só o bem cultural, objeto do acautelamento, como também todo seu entorno, chamado de Área de Proteção de Ambiência. Tal ato é de vital importância para a preservação e manutenção da memória fluminense, e o Inepac tem trabalhado com o objetivo de reafirmar os papéis de proteção e de fiscalização conferidos legalmente ao instituto”, explica Ana Cristina Carvalho, diretora do Inepac.
A história fluminense também foi fortalecida através das ações da Superintendência de Museus. O programa de oficinas técnicas e capacitação auxiliou na formação de centenas de pessoas em diferentes municípios fluminenses. Na esfera institucional, foi firmado termo de cooperação técnica com o IFRJ para análises de componentes físico-químicos em obras dos museus do estado.
Outro ponto de destaque foi a assinatura do termo de cessão do 4º andar do CIEP Cantagalo, em Ipanema, que se tornou a nova sede do Museu da Favela (MUF). Com caráter cultural e social, a instituição sem fins lucrativos desenvolve trabalho no território das comunidades do Pavão Pavãozinho e no próprio Cantagalo desde 2008, através de ações como oficinas, exibição de filmes, documentários e visitas guiadas.
Para coroar o ano, a superintendência realizou, em junho, o V Fórum Estadual de Museus, no auditório do Museu de Arte do Rio (MAR). Foram dois dias de evento, 40 palestrantes, 16 horas de transmissão online, 7 painéis e 861 espectadores (presencial e remoto).
“Priorizamos em 2022 a retomada das oficinas técnicas de capacitação realizadas em todas as regiões do Estado e o V Fórum de Museus reafirmou a parceria com a Gerência de Museus da SMC. O SIM-RJ renovou sua Comissão Consultiva e retomou o Cadastro Fluminense de Museus com uma adesão significativa. Participamos ao longo do ano, a convite do Conselho Internacional de Museus, da discussão do novo conceito de museus que gerou uma contribuição significativa. Muitas assessorias técnicas, e cooperação técnica foram estabelecidas neste ano”, conclui Lucienne Figueiredo, Superintendente de Museus da Sececrj.