O picadeiro precisou ficar fechado durante muito tempo por conta da pandemia, mas, de alguma forma, o show tinha que continuar. Por esta razão, a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Sececrj) ampliou o apoio à classe circense, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura e de editais […]
O picadeiro precisou ficar fechado durante muito tempo por conta da pandemia, mas, de alguma forma, o show tinha que continuar. Por esta razão, a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Sececrj) ampliou o apoio à classe circense, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura e de editais de fomento, reinventando a arte no meio digital. Na data em que comemora-se o Dia Universal do Palhaço (10/12), a Sececrj destaca alguns artistas que foram contemplados nos últimos dois anos e puderam dar continuidade à missão de alegrar a plateia.
“Iniciamos o diálogo com os circos logo no início da pandemia, buscando entender a classe e ouvir suas demandas. Fizemos o socorro inicial através do gabinete humanitário e abrimos um edital exclusivo, o Juntos pelo Circo RJ, com quase R$ 800 mil em premiação só nessa chamada pública. A magia do circo é algo que não podemos perder, não devemos abrir mão, por isso, o Governo do Estado tem dado todo apoio possível à classe circense”, afirma a Secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa, Danielle Barros.
Espetáculo circense, peças teatrais e exibição de filmes. Essa é a proposta do consagrado ator, diretor, humorista e roteirista brasileiro, Dedé Santana. Idealizado junto com o ator e produtor Fioravante Almeida, o projeto foi contemplado em 2021 pela Lei de Incentivo à Cultura e está, atualmente, em cartaz no Porto Maravilha – Santo Cristo, de forma gratuita.
“Sou da oitava geração de artistas circenses na minha família. Tive uma carreira plena, na qual meu histórico como artista de circo me auxiliou bastante, e sinto que o público já fez muito por mim. Então, quis retribuir de alguma forma e encontrei neste projeto a maneira de levar o circo gratuitamente para quem nunca pôde assistir a um espetáculo”, ressalta Dedé Santana, que também agradeceu pelo apoio da Secerj ao projeto.
Dirigido pelo próprio Dedé, o espetáculo circense conta com movimentos aéreos e de solo, apresentações de palhaços, peça de teatro tragicômica e exibição dos filmes dos “Trapalhões”.
O espetáculo se encerra no dia 19 e acontece às quintas e sextas-feiras, às 20h, e aos sábados e domingos, a partir das 15h, na Rua Equador, nº 196, Porto Maravilha – Santo Cristo. A entrada é gratuita (sujeito à lotação) e é necessário comprovante de vacinação.
Em sua sétima geração de artistas, desde 1893, o Circo Teatro Saltimbanco precisou se reinventar durante a pandemia e decidiu criar o espetáculo online “Aquarela”, um show cheio de cores e comprometido em divertir o público.
“Naquele momento era preciso que o circo reagisse, foi tudo muito desafiador, desde trocar o picadeiro pela tela até conseguir desenvolver um espetáculo divertido em um momento de tanto dor”, explica o representante do Saltimbanco, Jonathan Diego Lopes.
Ainda de acordo com Jonathan, o apoio da Sececrj através do edital “Juntos pelo Circo RJ” foi fundamental. A iniciativa garantiu um investimento de R$ 780 mil, dividido para 24 circos.
“Não era só uma questão de produção artística, era sobrevivência. O mais bonito é que a Secec teve a empatia de não deixar nenhum circo de fora, algo inédito. Todos os circos foram ajudados”, elogia.
O Circo Teatro Saltimbanco retornou às atividades presenciais gradativamente neste ano e finalizou em novembro, em Niterói, a temporada atual de shows. O grupo está com nova estrutura de trabalho, adquirida através do apoio do Governo.
A Dupla Malabaguita surgiu em 2016 com a união dos artistas Guilherme Avelino e Talita Costa, ambos residentes de Petrópolis RJ. A reinvenção da arte no meio digital foi fundamental para prosseguir o trabalho durante a pandemia.
“Como nosso principal picadeiro sempre foi a rua, ficamos completamente paralisados. A reserva de dinheiro foi acabando, tivemos momentos bem difíceis, assim como todo o setor cultural. Se não fosse o auxílio de parentes e o incentivo do governo, sinceramente, não saberia o que fazer”, conta Guilherme Avelino, um dos integrantes da dupla.
O projeto recebeu apoio através do edital “Retomada Cultural RJ”, que contou com aporte de R$ 25 milhões a ser dividido entre 378 propostas. Como foi o caso da Dupla Malabaguita, que pôde dar continuidade ao espetáculo “Tive uma ideia”, onde os dois palhaços aliam brincadeiras a números de destreza.
Atualmente, a dupla realiza espetáculos em casas culturais de Petrópolis e eventos particulares. De acordo com Guilherme Avelino, o planejamento é voltar a ocupar as praças a partir de janeiro do próximo ano, tendo em vista o aumento da população vacinada com as duas doses.