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Painel homenageia luta dos negros por igualdade

Grafiteiro e artista Acme compõe obra no Porto Maravilha com apoio da SECEC


Acme trabalha no painel pensando na mensagem contra o preconceito e na técnica. Crédito: Gui Maia/SECECRJ

Personalidades brasileiras e americanas que lutaram durante a vida pelos direitos dos negros acabaram se reunido depois de mortos. Martin Luther King, Rosa Parks, Antonieta de Barros e a escrava Anastácia vão estar juntos num painel que está sendo composto pelo artista e grafiteiro Acme, no Porto Maravilha do Rio de Janeiro. A obra vai chamar a atenção para a busca pela igualdade racial, tão antiga e ao mesmo tempo extremamente atual, numa iniciativa do Consulado dos EUA na cidade, com o apoio do Núcleo de Ativação Urbana (NAU), da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.


Acme, um dos grafiteiros mais premiados do Rio, conta que se engajou no projeto por se identificar com a mensagem de igualdade racial e com a luta dos negros por seus direitos. Apesar de contar com cinco colaboradores, sua presença é fundamental debaixo de sol e subindo andaimes para a realização do projeto. O empenho vem também do desejo de fincar numa região também conhecida como Pequena África um chamamento à sociedade para essa reflexão através da arte.

Estágio da obra registrado no dia 16 de junho. Crédito: Carlos Kulps/Consulado EUA-Rio


“Essa não é uma luta só dos negros. É de todos. Temos que focar na mensagem muito mais do que no mensageiro”, afirma Acme.


O artista ressalta que o reverendo americano Luther King pregou a resistência pacífica, assim como as demais personalidades retratadas por ele no painel. O uso de cores fortes e contrastantes e imagens de protestos não significa apoio a nenhum ato de violência. Na sua composição, ganhou espaço também o negro George Floyd, assassinado em maio de 2020 por um policial em Minneapolis (EUA).


“São personalidades que se identificam com a luta do Martin Luther King, que pregava que o negro tinha que vencer através do talento, do argumento e não com a violência. A gente quer enaltecer essa mensagem de paz, que era também de Gandhi, Jesus Cristo, que é o enredo desse painel”, explica Acme.

Grafiteiros auxiliam Acme na realização do painel. Crédito: Gui Maia/SECECRJ

O painel tem 360 metros quadrados e está ocupando uma das fachadas de um galpão na Avenida Professor Pereira Reis, no Santo Cristo. Na região de grande confluência de pessoas de todo o Grande Rio, quem passar poderá acessar a história da obra através de um QR code. Acme pretende gastar 250 latas de spray e 40 litros de tinta esmalte à base de água para compor o painel.


“O apoio institucional da SECEC para essa iniciativa nos orgulha muito porque infelizmente ainda temos que lutar contra o preconceito e a violência. A mensagem de igualdade de direitos tem que ressoar bastante e não havia lugar melhor para a instalação desse painel”, disse a secretária Danielle Barros.