A Superintendência de Leitura e Conhecimento da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio (Sececrj) tem um novo responsável. O poeta, jornalista, apresentador, ator e roteirista Yke Leon assumiu o cargo nesta semana com o objetivo de valorizar o segmento em meio a pandemia da Covid-19. Mestre em Tecnologias e Linguagens da Comunicação pela UFRJ e pós-graduado em Arte e Literatura pela PUC-Rio, Yke estuda propostas para implementar ações em todas as regiões do estado, seguindo o planejamento da Sececrj, além de valorizar o edital Cultura Presente nas Redes e as ações que serão realizadas com a Lei Aldir Blanc.
– A secretária Danielle Barros tem um olhar muito atento aos 92 municípios e, com absoluta certeza, atingir as cidades fora da capital é muito importante e necessário para o estado, como um todo – disse Yke Leon, que é formado em Jornalismo pela PUC-Rio.
Uma das minhas maiores ambições é organizar a casa para que a gente possa desenvolver políticas públicas que, realmente, impactem a vida das pessoas de maneira sólida, desenvolvendo assim a leitura, a literatura e o livro nos 92 municípios. Muito desse objetivo será alcançado através da Lei Aldir Blanc que, além da renda emergencial, prevê editais para a cultura nas mais diversas áreas, incluindo aquelas que tocam a vida dos leitores, escritores, livreiros e demais operários do texto – escrito ou falado. Entro aqui na certeza de que, para mudar as coisas, é preciso disposição, vontade e muita energia para colocar o coração em tudo. Eu gosto de gente e, em essência, as pessoas são a finalidade de todas as ações da Superintendência de Leitura e Conhecimento: fomentar a leitura e a literatura no estado do Rio, proporcionando locais onde a experiência com o livro seja prazerosa e acolhedora é, sobretudo, para possibilitar novos horizontes – individuais e coletivos. Quem tem um livro, tem um amigo.
Os desafios são inúmeros! O preço do livro, a falta do hábito da leitura no dia-a-dia das pessoas… veja, as pessoas são capazes de passar horas lendo e escrevendo nas redes sociais, mas dizem não conseguir se concentrar para ler por muito tempo. É preciso entender o livro para além do suporte físico e contemplar o texto como uma forma de comunicação, através dos mais diversos modos, formatos e linguagens. Por isso, as feiras literárias e a Bienal do Livro, por exemplo, são tão importantes para sensibilizar um público grande e que, nem sempre, consome livros ou tem interesse em poemas, cordéis, prosas, crônicas, contos etc fora de um contexto de festividade. Outra coisa da maior importância são as Bibliotecas Parque. O caráter multidisciplinar de uma biblioteca que, não apenas abriga, mas atravessa as outras artes diretamente em todas as suas instalações (teatro, cinema, fotografia, artes plásticas, arquitetura etc) torna a experiência do livro muito mais sólida e sensível. Ler é uma experiência de sensibilização e de empatia com outros universos: tanto o seu, como do autor. Diante do contexto de pandemia, o setor ficou bastante enfraquecido, como a cultura no geral, mas através de editais como o Cultura Presente nas Redes e os que virão advindos da Lei Aldir Blanc, conseguiremos reverter parte desse cenário.
Estes dois projetos foram desenvolvidos durante a pandemia e, de fato, trouxeram um impacto muito positivo na vida das pessoas. Imagine a solidão de um idosa, que não lida bem com tecnologia, dentro do isolamento que a pandemia nos obrigou, recebendo a ligação de alguém que lhe oferece um texto ou um poema? Estes dois projetos, assim como todas as demais ações que a Superintendência de Leitura e Conhecimento realiza atualmente, estão sendo estudados arduamente por mim e, o mais breve possível, se juntarão a outros que estão sendo gestados. Pode apostar que o olhar para os mais vulneráveis e para os lugares mais distantes da capital estarão presentes em tudo que fizermos a partir daqui.
Experiência pessoal em vários segmentos da culturaEu sou profundamente envolvido com música, teatro e literatura, evidentemente. E se a minha formação não é cartesiana, é porque minha visão de mundo também não é. Isso significa, na prática, que eu espero conseguir implementar ideias que passam pela transversalidade do livro para todos os outros segmentos artísticos. Infelizmente a pandemia nos limita enormemente nos planos de ação e nos faz ter que reconfigurar certas ideias para novos e diferentes modelos, mas isso será apenas mais um desafio a ser considerado em meio a tantos outros, nunca um impeditivo. Apesar de ter uma formação abrangente e vasta no campo da cultura, essa é a minha primeira experiência dentro da gestão pública. Eu sabia que não seria fácil, mas topei esse desafio por dois motivos: primeiro porque acreditei e tive uma grande empatia imediata pela secretária Danielle Barros e pela sua visão para a cultura do nosso estado e, também, me empolgou a possibilidade efetiva de melhorar a vida das pessoas, de alguma forma.
Tem sido incrível! Eu trabalhei em rádio alguns anos e me apaixonei perdidamente por isso ainda na adolescência. Com o avanço da tecnologia, novas maneiras de se comunicar ganharam protagonismo e o podcast Cultura Presente representa também o olhar sensível da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado para esses novos formatos. E eu, como jornalista, fico feliz de estar realizando isso e não perdendo a prática. Além disso, meu companheiro de microfone é o querido Rômulo Sales (Superintendente de Artes da Sececrj), um fazedor de cultura de mão cheia, por quem tenho grande admiração e simpatia – o que torna esse processo mais divertido. Não vou dizer que não dá muito trabalho, mas o time todo envolvido nisso também faz o possível para que tudo seja a melhor experiência possível. Os programas estão bem legais e disponíveis no Spotify e no Deezer toda quarta-feira.