A Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (SececRJ) promoveu, nesta terça-feira (4/08), a cerimônia de entrega dos certificados aos projetos contemplados nos editais Nossos Museus RJ e Reviver Memórias. As duas chamadas públicas, viabilizadas com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), contemplaram cerca de 90 proponentes, com um investimento total de R$ 11,5 milhões. O evento reuniu autoridades da cultura fluminense, produtores culturais e representantes das iniciativas selecionadas, e foi realizado na Biblioteca Parque Estadual (BPE), no Centro do Rio de Janeiro.
A programação foi dividida em dois momentos: às 15h30, aconteceu a entrega dos certificados aos 62 projetos contemplados pelo edital Nossos Museus RJ. Já no fim da tarde, às 17h, foi a vez dos 30 proponentes premiados no edital Reviver Memórias receberem seus certificados.
Estavam presentes na cerimônia autoridades como a Secretária de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Danielle Barros; o Deputado Federal, Áureo Ribeiro; os Subsecretários da SececRJ, Rosemary Costa, Cláudia Vianna e Augusto Vargas; a Chefe de Gabinete, Cláudia Raybolt; a Superintendente de Museus, Lucienne Rodrigues; o Presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), Kiko Brando, e os Secretários de Cultura de Rezende, Itaboraí, Petrópolis e Volta Redonda.
Reconhecidos como importantes espaços de preservação da memória fluminense e brasileira, os museus do Rio de Janeiro receberam investimentos voltados à manutenção, modernização e ampliação de suas estruturas e programações.
É o caso do Museu Vivo das Sementes Crioulas, em Itaboraí. Jean Carlos Rocco, agente cultural e extensionista rural, e Mariluce Coelho, diretora pedagógica do Museu, contam como o edital “Nossos Museus RJ” possibilitou a materialização de um sonho, transformando a Casa de Sementes no Museu Vivo das Sementes Crioulas, que são consideradas patrimônio da humanidade.
Jean explica ainda a importância do prêmio na reestruturação do espaço, pensando em acessibilidade, inclusão e em proporcionar uma experiência cada vez melhor para os coletivos e escolas que frequentam o Museu.
Mariluce Coelho conta, também, que através dos recursos do edital, que possibilitaram a reestruturação do espaço, agora conseguem atender mais pessoas e aqueles que visitaram o Museu anteriormente demostram ansiedade para retornar e conferir as mudanças repletas de modernização.
Com foco na salvaguarda da memória por meio da conservação de bens tombados, o edital apoiou propostas voltadas ao restauro de bens móveis e imóveis protegidos pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), tanto na execução de obras quanto na elaboração de projetos executivos.
Um dos projetos contemplados no edital é a proposta de Revitalização Cultural da Aldeia Sapukai Guarani, em Angra dos Reis, projeto batizado pela comunidade indígena Sapukai Guarani como “Nhandereko Vy’a”, que pode ser traduzido para “O modo de viver do Guarani”.
Quando se fala em Patrimônio Histórico Cultural, parte da população ainda pensa apenas em prédios ou construções feitas por não indígenas, mas o projeto da comunidade Sapukai Guarani, a principal aldeia fluminense, que representa metade da população aldeada do Rio de Janeiro, ressignifica o que também é Patrimônio Histórico Cultural.
A proposta, pensada pelo Cacique Algemiro da Silva dentro da aldeia, junto com a comunidade e outras lideranças, aborda a revitalização cultural da comunidade em vários eixos, como a espiritualidade, a prática de cozinha comunitária, a revitalização da geração de renda e a interação da aldeia com o mundo externo.
Através do edital “Reviver Memórias”, a comunidade Sapukai Guarani vai realizar a restauração da Casa de Reza, restaurar e equipar a cozinha comunitária da aldeia, duplicar o Ponto de Cultura já existente na comunidade, revitalizar a geração de renda através da produção de artesanato, incluindo cestarias de fibra de bambu e pequenas esculturas de madeira. E, por fim, apostar na implementação de um sistema estruturado de redes sociais comunitárias para divulgar eventos abertos ao público que acontecem na comunidade e que também funcione como uma plataforma de vendas de artesanato.